segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mar de Sangue na Faixa de Gaza, Israel aprendeu direitinho a se vingar antes de qualquer ação de vingança...

Poderíamos sugerir que se mude o nome
para Ataduras de Gaza

A portinhola do forro e o vento do amanhecer


Ao quase adormecer,

a madrugada faz sua vassoura de vento

vasculhar o forro da casa,

são nuvens que rastreiam

a alvorada

lá fora

A aragem fresca

balança galhos e folhas.

Ouço a portinhola

do alçapão tremular.

Segue em sinfonia com o despertar do dia

a cantoria dos galos.

domingo, 30 de maio de 2010

Uma bola, um gol, milhões de chuteiras verdes e amarelas

Todo brasileiro quer fazer gol,
de qualquer jeito
bonito, feio, torto, direito
gol é gol.
De canela, de trivela, de bico,
bola curva, no morrinho,
resvalando trava adentro,
olímpico,
na paradinha do pênalti,
fora da área,
de goleiro a goleiro,
de bicicleta,
de canhota,
de braço, de mão,
de letra, de sola,
de falta, de escanteio,
de craque, de calcanhar,
de susto.
Gol de placa,
até mesmo aquele sem querer.
Serve um campinho de terra
de grama, de pasto
de quintal,
vale a pelada,
o sábado,
no meio da rua,
na escola,
na favela,
praia,
gol de domingo
improvisado,
na garagem,
na varanda,
na calçada.
Brasileiro é louco por gols.
Ganhar, até mesmo sofrer.
Ahn? Futebol?
Ah, é mesmo...
Quase esqueci...

A magia do despertar tem o despertar da magia

Hoje acordei no frio de outono
junto à serra São José,
com foguetórios e sinos cantando
saudando romeiros e religiosos
à festa da Santíssima, desde às 3 da manhã
Me deu vontade caudalosa de cozinhar
feijão e fazê-lo de modo tão espesso
e suculento
quanto irresistível ao paladar.
Após um amanhecer cheio de neblina
ouvindo saudações ao microfone
reza, convites à população,
abro a casa ao sol,
à luz do quintal verdejante:
pássaros me esperam na renovação das sementes,
na limpeza das águas,
do orvalho gelado sobre folhas e brotos.
Nesta tarefa quotidiana me somam
uma cã botequeira, enrolada na caminha quente
e uma jabuti, entricheirada
debaixo do guarda roupa.
Lá fora, as asas inquietas dos beija flores
ziguezagueiam a quietude da casa.
Ah, é mesmo, o feijão.
Claro, vou cozinhá-lo com notável solidão.
Dessas em que se pensa no despertar
e sua inquestionável amplidão.
Não sou o tamanho da dimensão,
mas sei arrumar meus agrados e meus enfados.
Sem tango, nem samba.
Quanto mais, bolero.
Lembrei-me que acordei
cantando Paulinho da Viola,
Tudo se transformou.
'Violão, até um dia...'
numa passagem ao piano de arrepiar ossos.
'Ah, meu samba...'
(Ontem, acreditem, dormi com Frankie Valli & The Four Seasons,
I've Got You Under My Skin...)
É ou não é?

sábado, 29 de maio de 2010

São rosas, as rosas em rosas de rosas

Hoje, em casa, à noite coberta de frio
tiritando no controle remoto da TV
me deparo com Michael Cimino,
em Deer Hunter(uma homenagem de presença existencial ao meu grande e inseparável amigo Riviti, José)
Muitos não suportam Michael Cimino,
Mas ,revejo com alma o Franco Atirador.
Por que?
Robert De Niro não faz as suas famosas micagens.
John Savage canta enquanto bebe cerveja uma música tanto quanto deliciosa
Can't take my eyes off you
Ah, não é possível esquecer Cavatina
Christopher Walken ainda tinha cabelos loiros e dele mesmo (alisados)
Meryl Streep está em plena fase do cabelo longo e emoldurado
levando sopapo, grávida de sabe-se lá quem..
O ano é 1978, o foco é o Vietnã e metalúrgicos (meio russos, meio norteamericanos) da Pensilvânia . John Cazale (ator do quarteto) já se foi, logo após o filme.
São jovens que envelhecem sem perdão nenhum
sistematicamente, convocados a matar a morrer pela América.
Esta , mesmo, que continua matando, sem convocações , mas convicta.
De cabo a rabo.
É a que perde sempre e ganha sempre.
Dicotomia?
Sabe Dios...

Há no meu jardim, um jardim de quase tudo

Dennis Hopper se foi.
Assim como tantos que encaçaparam a vida
de certa maneira.
Erraram e acertaram,
presentes, ainda que não mais entre nós.
O que ele possuia de incomum?
Um destino Sem Destino.

quem não tem o que fazer, faz estatística

Todo mundo hoje morre...
Ai, que novidade.
Mas, morre-se de várias mortes. Ui.
Para quem não tem o que fazer, soma-se e subtrai-se.
São as estatísticas, quem sabe estatísticos.
Eles pinçam um determinado grupo da população
(dizem eles ou elas, in determinados)
e fazem as piores perguntas possíveis e imaginárias.
Algum matemático isolado pela turma,
com uma tabelinha ao lado, faz cálculos mortais ou perenes.
Outros, isolados na carreira da empresa,
precisando faturar, inventam uma saída para um produto encalhado,
tipo, camisinha rendada, ou luvas para seis dedos...
Bom, lá vem o resultado fatídico:
coma, fume, beba, faça sexo, divirta-se, dirija, morto na certa.

Luas de maio, cheias em dias 27 e 28




uma, limpa as nuvens , outra, se coroa.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Duvido!

Se o senhor(a) presidente (a) da República, não De mo cra cia,
e o séquito do Senado, Congresso,


fossem usuários das rodovias brasileiras,
ferrovias,


não as deixariam aos loucos, fanáticos, malucos,


caminhões, carros velhos, nem aos


trabalhadores, pagadores de impostos e famílias.
Nem as percorreriam.
Dizem, com certeza, ah, rodovias, ferrovias,
dêem-las aos pobres, ascendentes, emergentes,
sem asas, sem supersônicos,
que se matem a si mesmos, com os melhores
caixões de alta tecnologia da indústria automobilística: fui, fomos.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Identificado o monstro do apocalipse capital da Wall Street (e eu com isso?)

Segundo Barack Obama, o OB,
mira provável do mais novo mito retórico ,


o arquinimigo do único mundo no mundo

já foi devidamente identificado e grafado:


é a Al-Qaeda, ainda um país desconhecido,


até que se sabe, povoado por seres de barba
roupão,
com turbantes, fuzis no ombro,


viventes em cavernas,
na cor esverdeada à pálida,
híbridos convictos,
já que podem até intercambiar-se consigo mesmos.


Fazem sexo com odaliscas celestiais,


aos montes, transparentes,


ondulantes, desde que post mortem.
Ainda não se sabe o sexo delas....


Os arquinimigos dos ditos poderosos


da América do Norte são imperceptíveis quando em ar,


terra e mar,
não sucumbem à kriptonita


nem ao urânio,
não são detectáveis nos radares de última tecnologia,


infiltram-se com facilidade


em qualquer trem de metrô civilizado,


cabines de avião ultra modernos,


videos piratas sem pagar royalties,


ondas de rádio, Am e FM, inclusive na roça cearense e mineira,


cartas postais, até no crachá do carteiro,


em mudas de papoula, marijuana,


contribuindo para a mudança de cor de pele,
do branco ao pardo,


influenciando filmes de Hollywood,


festa do Oscar,


capazes de abduzir plataformas de petróleo,


naves espaciais,


sistema de saúde e bolsas asiáticas,


assim como confundir informações da CIA e FBI


em localizar, através de espiões clonados,


esconderijos clandestinos nucleares,


a exemplo do Iraque.


A camuflagem se dá sob véus negros,


longas túnicas brancas,
que deformam tanto a face quanto o corpo.

Não se sabe ainda se há ventres volumosos de explosivos ou

fetos em crescimento.

Cuidado também com orelhas de livros mais vendidos,


carros estacionados em área central



e trailers de acampamento em área florestal preservada.


Tudo pode conter


e ser um


vírus , nano;


a bacia das almas virou ninho de
bactérias;


transgênicos que causam obesidade mórbida,
pressão alta,
vontade incontrolável de copular ao diabo a quatro.


Os arquinimigos, ainda, são dotados de extrema capacidade mutante
e disfarçante,
com poder desfigurante:


podem ser o hamgurguer de três andares de picanha vacinada,

o copo de 2l de coca cola,
o big hot dog ,

as volumosas chips,

o derrame de catch up,

i pods

e a complexa equação dos dividendos na bolsa de New York .


Transfiguram-se rapidamente


em faces negras, cabelos encaracolados,

olhos puxados,

cabelos lisos e escuros,
pele amarela ou vermelha, chocolate,


com sotaque latino, mexicano,


francês, caboclo, nordestino,

paulistano,


tirolês, germânico,.


São conhecidos como células,


taboada com números únicos 11/9,


isentas e impraticáveis no idioma inglês norteamericano,


e seus linguajares pircororcocors.

Atenção, resto dos mundos:
se encontrarem algo suspeito no sacrifício de seus dias terrenos,
contatem a matriz.
Favor falarem o bom e legítimo inglês texano.
Uma sugestão: saiam de seus reais patamares,
do tronco de sacrifícios e vistam a camisa de força do poderoso continente
norteamericano.
Esqueçam seu quotidiano e imaginem uma realidade oposta, em constante ameaça, já que nada os parece ameaçar (nem fome, nem Aids, nem CO2, nem Lula e seus filhos anônimos num desconhecido continente monumental brasileiro).
Para quem nunca usou, OB é letal em corpo a corpo erótico, vistorias em menstruações e copulamento não consentido, mas forçado.
Parece que chamam isso de estupro e contato violento ao pudor, que resultam, na idade média da pós modenidade , em crime contra a mulher (e outros seres).

















ainda em casa, a vistoria se intensifica, sob a ótica do clã natural







e hoje a casa é súdita, de súbita e constante visitação


rasantes em camarões,
washingtonia, beijos 'anglicanos'
taioba, manjericões..
(tem mais...)

Ela disse mais ou menos assim

'Quero um samba feito só pra mim'
na mesa do Conto de Réis
tiradentino
'faz um batuque
o melhor
sem truque
entusiasmado
que afino meu cavaco
em sol maior'
tem quibinho frito
Nieto argentino
água com gás
molho de pimenta malagueta
filão fatiado
bem quentinho,
moela cozida com cebola
e molho de tomate,
na mesa ao lado
Serjão e convidados
falam em jerez,
cerveja Eisenbahn,
aquela de Blumenau,
a cã botequeira
que também gosta de samba
lambe a gamela
parece alheia
mas se chateia com a chegada
do cão vadio,
prestes a filar seus bocados.
(25/05/2010, 18h)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

a casa recebeu a primeira inspeção


em março, deste ano,
iniciou-se a romaria
da valiosa confraria alada.
mesmo curiosa
a séria inspetoria
não fez vista grossa a nada:
beija flores e canário da terra
tão logo abrimos o jardim
vieram verificar se nossa
permanência estava correta.

um convite explícito e descarado à morte, cega à cor e sexo.olhos abertos para o preconceito e descaso

Pegue seu carro novo,
tecnologia de última geração,
- a sua -
saia da garagem do prédio
um labirinto de colunas estreito
e chegue às ruas,
a maioria delas projetadas
para carroças e fuscas
Se sair ileso, enfrente
as avenidas, projetadas
para muito mais fuscas e fiats 147
com ônibus urbanos, coletivos, furgões de entrega comercial.
Se conseguir superar, sem um arranhão,
semáforos desencontrados,
os 'inteligentes',
desviar de motos, mais caminhões, ônibus, bicicletas,
alcance as rodovias,
pistas duplas, triplas,
projetadas para mais filas de fiats 147, fuscas turbinados,
motos,
outra para caminhões e ônibus.
Ora, seu carro é sedan luxe, gran, possante,
leva filhos e sogros,
babá,
cineminha portátil,
porta copos e porta guloseimas
nada saudáveis,
som, animal de estimação e air bag;
pede a quarta pista, em quinta marcha:
umas que você usa seus próprios membros,
outras em que se utiliza dos membros do carro...
O tempo é o velocímetro 220,
a partida e chegada,
impacientes
ditadas pelo horário global, executivo.
Na sua cabeça funciona o seguinte:
uma via para lentos
outra para ultrapassados,
mais uma para fracassados
e a sua,
veloz, família, amante, negócios.
'Lá vem a troupé dos bem sucedidos,
pela esquerda, a mais de 140km/h'!
Lá pelas direitas, todos aqueles
que você superou com a herança do vovô,
da vovó, dos irmãos e tios,
todos destros em pista simples.
Reles seres motorizados.
No caminhão, por outras vias de dúvidas, aquele monstro que não fica nem na
direita, nem na esquerda, direito,
sai pelo meio, por qualquer lado,
porque ele é o outro e
porque para o outro, você é um traste riquinho, executivo,
não pega de verdade no pesado,
nem tem veículo, só um carro,
que alimenta seus filhinhos até inflá-los à obesidade,
sua escolinha paga, sua mulherzinha pavoa,
sua namoradinha à toa, seu celularzinho
cheio de gols e torpedos.
Sem dúvida, para o outro, você já virou chiclete.
Seu mustang vira um pangaré.
No meio da pista , os temerosos, os tranquilos,
mas de olho no retrovisor,
que anseiam pela vida boa, tanto quanto você.
Também acham que têm o melhor carro de passeio ,
a namorada mais gostosa, com a vantagem: sem filhos e sem sogros.
Ousam ultrapassagens em via segura.
No amontoado de desatinos, lotados daqueles que como você grudam em traseiras e só sabem andar enfileirados,
você acha que exista um ser à parte de motoristas: mulheres,
dessas que , na sua concepção, só estão atrás do volante
viúvas, sem namorado, separadas, perdidas, querendo,
sem noção.
De repente, lá vão elas, o ultrapassam,
encolhem sua cueca,
vêem sua latinha de cerveja no meio da pista,
fazem cair seus cabelos, diminuem sua conta bancária,
aumentam gases em sua barriga,
aceleram suas coronárias,
municiadas com armas malignas no trânsito:
salto ou sandália, pisando fundo e delicadamente no acelerador,
deixando sua imagem gloriosa cada vez menor no retrovisor.
Estes seres à parte de sua preciosa direção
deixam você , os carros de bois, fiats 147, fuscão,
jumentos, belinas, corcéis, paratis, gols quadrados, monstruosos caminhões, réplicas , na mesma faixa de rolagem.
Agora, pense, raciocine: mexa tudo issso na mesma panela asfáltica do governo federal,
estadual, municipal e vicinal.
Lá vai você e seu turbinão, zero km, reluzente, barranco adentro, precipício afora.
Breque...
Pausa em comoção.
Estado de coma.
Choque.
Seus pulmões reagem, seu coração não se afoga.
...
Lá vem você em duas rodas, em câmera lenta, acionadas pelas mãos,
trêmulas,
depositando buquês de flores no túmulo da família.
Muitas vezes, na família do outro.
Rodovias brasileiras, a sua cara igual a do outro.
Quem está na contramão?

sábado, 22 de maio de 2010

A Carlos Henrique Carrato, o Grande Sacerdote Ateu aglutinador de Almas


Já lhe deram um apelido peculiar:

anjo ateu

Se fosse engenheiro de asfalto,

construiria pontes de plasma.

Se fosse fazendeiro de bois,

cultivaria pasto para borboletas.

Se fosse banqueiro,

emitiria moedas em tampinhas de cerveja.

Se fosse 'chef '

serviria as iguarias em patos de borracha

dentro da piscina.

Com Carlos Henrique, tudo o que é pequeno e simples

toma seu rumo em estilo e assinatura.

De quebra, com um comentário ardiloso cheio de bondade (próprio e apropriado).

Por isso, rendemo-lhe uma homenagem à trois

no almoço de sexta: ora pro nobis, moinho dágua,

feijão roxinho e arroz nipônico, pimentinhas.

Molho escuro, creme ao dente, grãos de acordo.

Cerveja Medieval, guardada para um próximo reencontro, vinho chileno, tinto, de boa safra, para a tarde.

Em casa tiradentina. Maestra do feito: Marialice,

convicta de vida e fogão.

Parecem irmãos gêmeos, os dois díspares.













sexta-feira, 21 de maio de 2010

As nossas costas nos olhando de frente no espelho, a cara do Brasil

Como diz o Papagaio Testamenteiro:
nada como uma Ficha passada a Limpo que nos protege
de um futuro sujo...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Papagaio Testamenteiro eleva sua análise eleitoral e em jogos de azar

'Vai que você entra e ganha'
congectura ele do alto de sua Paineira branca
arrumando o pince nez polidamente
Enquanto meditávamos sob nuvens
viajantes
sobre o constante borrifar
de derrotas inerentes aos brasileiros
tudo que gostaríamos
aprender de ouvido
dentro do ventre materno:
nascer vencedor
e com torcida organizada.
'Oh, nãonão', ele arrepia a bela plumagem
em cores.
'Da próxima vez', continua, 'me traga um apagador
com mira telescópica'.
Por que?
'Limpar as entranhas da mente
de fraudes, barganhas, firulas,
tramóias,
pérolas falsas como artimanhas de artilheiros
e de palanque virtual'...

domingo, 16 de maio de 2010

99% de biorritmo acelerado, agora GRêmio Prudente, antes Barueri

(Foto/divulgação Terra)

A meninada mudou de nome, mas não de garra


4 a 0 no embate com o Atlético Mineiro


sábado, 15 de maio de 2010

A vida, para algumas pessoas, é de mentirinhas quase críveis

E elas, as mentirinhas,
lhes sustentam a vida
a ferro e fogo, convictamente.
Os mentirosos são fervorosos
porque
as mentirinhas são imprescindíveis.
Como drogas, que empanam
as verdades e as mantêm
alimentadas como lhes convêm.
Para essas pessoas, que não
deixam mais aberto o canal do discernimento,
apenas o do descobrimento,
a mentira lhes constrói quase tudo.
Poderosas maquinações
revestidas de humildade.
Um verniz de corpo
não de alma
- e alma, saca, reconhece alma -
Não há como mentir
Os castelos de areia,
creia,
não são construídos à beira mar.
São edificados nus
num momento
urbano e civilizado,
de primeira, tudo em cima,
em que tudo, depois, cai
e cai, mesmo.
Não se esqueça que todos estão embaixo.

Contato verbal inteligente umbelical de chofre

quando disser
meu bem
ou te amo
previna-se
faça valer algumas garantias
e direitos
para não ser processado
por engano
ou arrependimento...
ou pior
levar um tiro fatal
pois é assim que terminam relacionamentos
hoje em dia

Isso é política

No final de abril, 2010,
na BR 040, sentido BH/ Rio de Janeiro,
este foi o cenário
que encontramos: real e político.
Trânsito intenso de carros e caminhões,
com um tombamento na alça próxima, depois do acesso ao Belvedere,
bairro chic, do Hard Café,junto ao Alta Vista.
Em alguns trechos mais tranquilos,
minerais em vísceras abertas,
explorados,
de montanhas quase exaustas,
lá está o inaugurado
viaduto, com todas as honras presidenciais,
sem uso, até hoje, para aliviar
o pontilhão entortado, sobre o precipício
que abriga almas.
Tem um sentido este apelido...
Que continua pesado e engasgando o trânsito.
Quando não derruba veículos e humanos lá para baixo.
Sem volta.
Já na BR 383, de Congonhas a Lagoa Dourada,
mais um tombamento em pista simples.
São curvas e curvas em curva.
Falha humana? Com certeza.
De colarinho.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Quisera crer...

A gente aqui, brasileiros,
ainda acredita que há vida inteligente na Terra.
Até nos seguramos na cadeira da sala quando o
'às vésperas de deixar o Planalto Lula'
foi ao Irã
madre de dios, rezamos latina, espanholamente:
quem sabe o Cara resolva o problema instalado
desde o século X.
Mas, metalúrgico de pensão por acidente,
decepado de três falanges do mindinho, incapacitando-o
para qualquer trabalho desoneroso, inclusive o de pensar,
colono de berço,
só chegou a 1945, em solo russo...
A língua presa, em perfeito estado de conservação,
formolizada, destilou seus perdigotos, nada nossos.
Vamos descontar:
naquela época, a dos faraós, para os modernos,
os milênios não eram milênios,
eram apenas museus históricos,
como sogras.
O Cara foi lá, na Teerã, afanar ou afagar o Irã,
numa tentativa teerantemente teemerária.
Mas, é o Cara. Passou a régua nas conquistas
de sangue e tortura de todos os morridos
acidentalmente assassinados gls.
O trem brasileiro é mesmo a cambiagem nuclear.

Super Homem, socorro, o Mancha Negra está atacando!

Duas semanas após o derrame inexplicável e catastrófico
sem precedentes no Planeta
da plataforma de petróleo no Golfo do México
os cidadãos levam suas vidas sem a mínima noção
do monumental desastre.
Algo que não afeta suas vidinhas terrenas.
Principalmente, o principal causador de monstruosa
barbárie.
Quietinhos, inclusive o OB e seu séquito branco
Quem sabe, ele esteja vendo, pela primeira vez,
o milagre do rei dos reis, transformando
e abrindo o oceano em uma plena, completa, impensável e indesejada
estrada asfaltada. Puro piche.
O petróleo jorra ininterruptamente no mar.
Numa dimensão incalculável.
Devolve a mercadoria ao dono, imensa e grotesca.
Que importa se peixes e aves morram.
Comam combustível, bebam combustível,
vistam combustível, andem combustível,
vivam combustível.
(Tenho um palito de fósforo novinho em minha mão...)
Não se arrisquem , não se risquem e nem se atritem.
Me parece que as primeiras cobaias de alimentos transgênicos
estão na mídia e na política.
Dessensibilizados e alheios, como é a rigor, o rigor mortis
da investigação inteligente e da indignação.
Retiro 'os cidadãos', acima.
Foram abduzidos pelos vorazes e sorrateiros alienígenas malvados
e , portanto, inimigos da pós modernidade, como diz o teatrólogo, pós humanidade .

quarta-feira, 12 de maio de 2010

solidão inverna suas garras quentes nas minhas costas

Parece carinho
me lembra um coçar
de urso polar
no bloco de gelo
urso pardo na árvore
meu pai na parede de casa
sob o sol da manhã
faço o mesmo na cama
da noite

terça-feira, 11 de maio de 2010

respirem fundo, trinquem os dentes, mordam a língua (de cima)

Todos comigo:
estourem seus pensamentos
aniquilem seus sonhos
esmaguem suas ilusões
retorçam suas mágoas
enterrem suas frustrações
espremam cada célula em direção ao futuro
sequem suas veias
arranquem qualquer esôfago
levem suas espinhas fora de órbita
tranquem suas vísceras
seus intestinos
afunilem a bacia estomacal cheia de matéria decomposta
furem o próprio olho
e estrangulem pés andantes
amordacem seus gritos
amputem seus membros
passem noites e dias em claro
ouvindo porcarias
trabalhem 24 h sem receber um centavo
a não ser tapas, ofensas e pescoções,
sempre na mira da faca, do cano e do tirano
ou calas bocas .
Assim é,
estamos quites.
Vocês sobreviveram ao aborto abortado,
apelaram em falso juizo para a mãe natureza, o mundo, vocês mesmos.
Em detrimento de quem lhes deu vida,
aquela que morreu, foi assassinada, foi estuprada, foi escrava,
foi infeliz,
foi abortada com a sua vida
foi presa,
foi anulada,
foi esquecida,
foi marginalizada,
foi rainha do lar, da cozinha,
da sua latrina, cama e mesa,
do seu estertor,
do seu esplendor,
da sua ganância,
do seu poder,
da sua ignorância.
Elas se fazem de vítimas ou são a síndrome da vítima, sabe, aquele útero íntegro, tomado de susto, assalto, de chofre, em cilada, em êxtase, em pinel,
quem sabe, enche a nossa paciência.
Umas se dizem felizes pelo fardo, como mulas agradecidas.
Depois? Tudo é culpa do mundo.
Do lá fora, do que ela não viu, abdicou de sentir, do que deixou de crescer como pessoa,
como indivíduo, como agente criativo.
Conformou-se compulsoriamente ao ostracismo,
com o boton sublimático emblema 'mãe'.
E o seu pai?
Safou-se pro mundano.
Próprio. Ou até ficou ali, com amargura, olhando para ela, culpando-a pela prisão domiciliar da fera
vomitadora de gametas,
condicionada pela pipeta cristã...
Quando volta, traz o riste do profano:
cometi, mas 'ela é a razão do meu engano'
Outros como você estão aí.
Ou seja, vocês nasceram, mas são o aborto que não deu certo. Não vingou.
Sacou?
E a sociedade humana tem que apertar o gatilho,
sempre que você desanda, entorta, estraga, porque não entende nada.
Quisera que essas barrigas anônimas, a serviço do nada e de todos,sem senso e consenso da maternidade inclusiva, não nos proporcionassem mais este castigo de século de tenebrosa e equívoca vida.

A assombrosa estimativa de 9 bilhões de habitantes ' humanos,' estou boazinha,hoje, no Planeta Terra

Adoro reflexões de gogó


estrangulado, regurgitante de almoço ou café da manhã
saturados de colestrol e enganações alimentícias,


no trânsito, em fila de banco,


postos de vacinação, oferta de empregos,


vestibular e restaurantes.


Será que a Gênese, Moisés ou Jesus


imaginariam que o crescei e multiplicai-vos


incluiriam casamentos sólidos e voláteis até a primeira penca de filhos


naturais e uma centena de origem nada bíblica?
Significaria triplicar?


E a fauna e a flora?


Eram para ser devoradas por estes bilhões de seres bípedes, de quatro à mesa,


glutões, cegos e surdos ao próprio paladar?


Em suma: convergentemente inúteis e divergentemente


surrupiadores?


Já dizia Bussunda, mais ou menos assim, sou vegetariano, respeito o verde, me dêem só a picanha, salvem o alface...


Quem vai dividir o pão ,a água e a camisinha com 1 bilhão de africanos?


Inclua aí a TV, o banheiro, a cama, o carro, a pizza,


o hamburguer, a namorada, a mãe, o caçula e


quem sabe, a sogra?


Quem aí vai dividir o prato de soja e outros grãos integrais com


a China e a Índia?


Inclua aí o balancete da empresa, a patente do produto secreto, as lojinhas na 25 de março,


a equação do Pré Sal, o notebook íntimo, a galera do tênis,


a namorada, o caçula, a vizinha, a amante, a irmã e o namorado da irmã.


Quem aí vai dividir o Bolsa Família , o PAC e Minha casa, Minha Vida


com os pobres norte americanos, resumidamente negros, latinos, imigrantes e the last soldiers
enlatados e viciados contra várias dores e em várias doses?


Cesta básica? Só arrotando mais de U$ mil e 500 em salário mínimo...


Inclua aí, per capita, 50 quilos de salsicha,sucrilhos transgênicos, três dúzias de pão doce, três caixas de cerveja arrepiante Heineken, ui, quente, mais churrasco creole e falso molho de tomate, com açúcar e vinagre, os vizinhos, inclusive de fronteiras, arquivos de família, municipais, estaduais e federais, garotas de programa, escolas de samba, favelas, muita pornografia, uísque, vodca, injeção na veia, olho, nariz, dedo do pé e a toda a camisaria florida da orla, incluindo bermudas, chinelões, aspirinas, com vendedores ambulantes e os próprios vocalizando um sotaque argentino ou boliviano. De sobremesa, charutos cubanos, palavrões e colt 45.
Quem vai encarar a Europa, estourando safras de champagne e vinhos, fatiando queijos e quadros milenares?
Inclua aí blush, gloss, perfumes, shampoos, passarelas, pós aspirados, injetáveis, nus, frente verso avesso, sem água de chuveiro, mas muita masturbação intelectual, em cafés, pardieiros, sótãos, vielas, escândalos impressos e virtuais, pequenos, mas 'grandes'?
Bom, não esqueçamos o clero, afeito ao jejum de carne animal, mas muito ávido de carne infantil.
Os fundamentalistas, que adoram carne jovem, de preferência fresca e viva, muita, humana, pois os animais são sagrados e tudo pode com a vaca profana e adúltera, desde o nascimento, denominada em gênero, feminino.
Gente, sei lá, como vocês vão sobreviver...
Eu? Com certeza... E bem longe .
Tadinho do Planeta, com suas artimanhas anti humanos. Fatal e instantâneo. Creio nele. Sem dúvida.