sábado, 18 de dezembro de 2010

As miragens celestinas


Gosto de andar pela casa

e seus caminhos

uns ajardinados

e floridos

outros acomodados

e bem servidos

cada cantinho

tem um carinho

apesar de simples

e pequena

cresce na luz que entra

na luz que sai

o branco, o safári,

a palha da taquara,

os desenhos em ladrilhos antigos pelo chão de cimento

os cabides de roupa

amadeirados

outros em ferro desenhado

rosas e guarda-chuvas

fechaduras grandes

quase tudo na cor da bandeira italiana

em plena edificação colonial

suas linhas retas

suas telhas encoxadas

as pedras são tomé

outras de vários recantos

que enfeitam muretas

mas é na cabeça do quintal

que passeiam as nuvens

das quais amamos as conformações

de vento em vento

passam do brocado

ao liso esvoaçante

quase que instantaneamente

vestindo o plácido azul

celestial