sábado, 26 de março de 2011

As luas de Lua



Escondes tua lua cheia
em tsunamis de nuvens escuras
Ela te descobre em pelo
no brilho das ruas
Oitenta anos
Não é tua idade
Mas nem vês que a Lua
já vai e vem há milênios
mirando teu âmago escancarado
em boemia
em falácia
em azia
estômago protuberantemente lotado
em tua dessintonia
Tratas de te ver no ver da Lua

Transpiras
Corres
Comes
Bebes
Trabalhas
Transas
Barganhas
Mentes
Escondes
Divertida e presumível
é tua passagem por aqui
Que tédio deve ser tua vida
para a Lua
tão próxima
tão cheia de nós
tão cheia de ti

Tanto que ela irá embora
Agora
só voltará em 2091
Tu a vistes hoje?
Algum dia já ?
Não a verás jamais
desta maneira
Então, nem outras maravilhas
que acontecem todo o santo dia
à revelia de tuas atitudes quotidianas
Na tua quase vida vazia
na tua cara
de cara para
a abóboda brilhante
A Lua exuberante
espia
(Ribeirão Preto/SP 19/03/2011)

Os antigos sempre falavam: paciência de elefante...

Lógico que respeito os antigos
aqui até me incluo
como a Jó
à jabuti Thethê
devagar se vai longe
ou devagar e sempre
- comigo é divagar sempre -
mas adoro alguns pés da letra
A do elefante (ou elefoa)
é a melhor, pois lá vem sempre a enorme memória,
na patada que nem poderia imaginar,
ou armazenar em tamanho.
Pensemos: paciência de elefante...
E quando ele perde a dita cuja?...