quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Todas as paixões, declaro-as declaradas


Já fui bebê chorona e criança às gargalhadas
Menina descalça pelas ruas, quintal e calçadas
Também vivi a adolescência menstruada
efusão de hormônios de complexidade simplificada
Estudante, colegial, os estágios do dar às costas às caras
Flertes, namoricos, mensagens cifradas
Quando encobrimos as descobertas não declaradas
Vacilamos, transpiramos, o coração bate às pernadas
Vergonha, medo, desejo, enganos, acertos, juras sonhadas
Faculdade, a liberdade, longe de casa, orgasmo às enxurradas
Paixões , todas, comidas, engolidas, mastigadas
o veneno, o ruim, às cotoveladas
Amores para sempre que não resistiram às madrugadas
lágrimas, decepção, solidão, tristezas intercambiadas
Atiçagem ao reboliço dos sentidos, brasas acendidas e apagadas
Quem não as vive ou viveu encorajadas?
Infelizes ou felizes, felizardas
Consumidas
Com prazo de validade e assim limitadas
Até hoje, revogam-se as disposições contrariadas
Sigo a alma que segue desacampada
e outras almas passeantes
Desencontradamente encontradas
Toda aquela gente que acredita que não se engana
já nasceu enganada