quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Again: DayBreak of Loneliness or a Small Farm

I want the ground
the beated soil
pounded by swallewed vúdca
deaf ears of sound

Silence of the night
cold gate
daybreak with whip fashion
comes to solve the ticks calm so bright

The morning brings
poor poetries
and they are so proud
the people who visit us
without truth
and fill us up with longing
those ones who do not arrive till us
Lord, what can I do?

Hopelessly, I'm listening for your footsteps
Looking for a meaning
I'm able to be seen
on the crossing of the roads
Can't you see me, yet?
Now, I weigh a net

(30/05/1979 Faculdade de Comunicação Social 'Cásper Líbero', São Paulo-SP- tradução: Hivich)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cócegas das estrelas...

Tenho  grandes amigos
a contar nos dedos
há mais de trinta anos aqui
e eles me fazem rir 
a todo momento
gargalhar na realidade
em que nos falamos 
às vezes
e raramente nos encontramos
mas nos vemos
com olhos que a maioria não se vê
Não tenho explicação
São amizades que transcendem o tempo
o universo
a vivência 
a convivência
a natureza
Porque nem precisamos falar
apenas emitimos sons
das palavras
alegremente pronunciadas
É natural
espontâneo
visceral
nada mais falamos fora do escopo realidade
ainda assim extrapolamos
só rimos
porque nos é dada
a verdade
com a qual nos
fazem cócegas
as estrelas...

Como as nuvens no céu de verão inquieto

são densas as tuas mãos
macias
que acariciam e tocam mais que o coração
são tensas as tuas palavras
as esvazia
de farpas que arranham mais que a emoção
podias chover mais
e não porque é só verão
podias jorrar mais
e não porque é apenas verão
podias mais
e não por que sois tuas mãos
é porque cai a garoa em pleno final de janeiro
em Ribeirão
mesmo cuidadas
minhas plantas não sobreviverão
nem sei como será fevereiro
carnaval, 
aí vem março
olhar as nuvens, olhar os humanos
que fazem parte do que 
então?
tuas palmas
em quais das duas acreditarão?


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria (RS) rogai por nós...

Apelo e rezo pela oração universal.
Não a daqui.
A do Cosmo.
Tudo nesse país de 'jeitinhos brasileiros'
arde agora sob a terra
Incendiou um futuro de dimensão inimaginável.
Vai sufocar mais e mais.
Cala-se um Brasil?
Pra variar
Há consequências, sim.
Leis da Física. Leis de Deus.
Para os fanfarrões veteranos da grana alheia, 
estudantes são um público barato, maleável e que estão abertos a ingerir qualquer bomba.
Como os periféricos, suburbanos
Hormônios....
Eu responsabilizaria o Brasil.
Esse mesmo em que você se diz próspero
trabalhador,
profissional, 
estudado, 
culto,
educado
Imagine que ainda soltam pipas com cerol..
Que matam mulheres porque elas abdicaram da servidão
Porque operários se intitulam trabalhadores
O jeitinho de crescer e manipular fraudes e dados falsos
- famosos- 
em nosso território
arde na carne de inocentes
sufocam fatalmente sonhos
fazem  vítimas cruelmente  reais




domingo, 27 de janeiro de 2013

A dor da dor de sentir a dor

Tudo em nós está preparado para tudo
menos nós:
experimentar
desafiar
ousar
descobrir
vivenciar
sentir
decifrar
somar
conceber
compartilhar.
Não, nada disso.
Porque temos outros verbos para conjugar.

De onde viemos, ora,se somos tão tolos...!

Conheço poucas pessoas que falam bem de seus pais
Que trazem lembranças agradáveis de suas infâncias
que gostam de estar em família
Conheço bem poucas pessoas que respeitam outras pessoas
Será por isso?
Tudo o que escuto, na maioria das vezes,
são reclamações sobre tarefas, compromissos, responsabilidade
?:
estudar, limpar o próprio quarto, trabalhar, cuidar de quem está velho ou doente...
Cuidar-se
Alguns dizem: não pedi para nascer...
Ou: não me culpem por este mundo que já encontrei  assim...
Ou: estudando ou não, só ficarei rico roubando ou ganhando...
Ou: tudo é uma droga, por que me preocupar?
Conheço raríssimas pessoas que brilham.
Até me ofuscam.
Até me perturbam
Até me fazem ver
Conheço pessoas tão lindas como pessoas
que me apaixonam
que me impulsionam
e me fazem até viver 
sorrir
Será por isso?



sábado, 26 de janeiro de 2013

Também faço figa, rock!

Cruzo os dedos
torço para tudo dar certo
bato três vezes na madeira
quantos santinhos do Santo Expedito já guardei na bolsa...
Outra famosa: Santa Edwirges!
Oh, endividados...
e os caroços de romã?
Sementes de uvas!
Gosto de estrada, então me lembro de São Cristóvão...
até encontrei uma nota de cinco cruzeiros,
à la Duque de Caxias...no meus guardados,
 num final de ano, sei lá.
Lógico que sou colecionadora...
Ri,hoje, no posto ampm,
a atendente, 
perguntei sobre DVDs de filmes e músicas
e ela disse que havia uma variedade
menos músicas de funk, sertanejas..
Eu; blagh!
E ela, do que vc gosta?
Eu disse sem pensar: rock!
E ela: vc tem cara de quem gosta de rock!
Uó!...
Tôpasma...
Você tem cara do quê?





sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Velas de Mel


Acendo uma, 
espero que seja bem vista 
com o aroma que as abelhas 
amam.
 Mesmo acordar sem a menor noção,
um café coado na hora,
 leva embora 
a sensação que não faz sentido. 
Como olhar 
o chaveiro com um golfinho dourado. 
Desde os Beatles 
cantando no telhado,
 todo mundo agora acha
que pode também.
A chama de mel.
 Quem sabe, 
abelhas não se enganam. 
A baleia do tempo azul, 
com sua cauda fora d água,  
vai em direção à estrela sul.
 Agora o sol brilhante faz quase  
um meio dia lá fora. 
Cresce mais a rama de hortelã, 
se espicha o manjericão, 
samambaias novas e muito verdes,
 uma cortininha 
de dinheiro em penca...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entrelaçados

Há quanto tempo
não andamos de mãos dadas?
Não abraçamos alguém 
com sinceridade
apertamos  corpos
ouvimos corações
nada desses beijinhos sonsos
face a face
costumeiros
que estalam feito muxoxos
treinados
como tantos por aí
nada de tapões 
nas costas
= os medrosos do afeto=
que medo de encarar
a vida!
ou a mão estendida
aberta e mole...
Vamos!
mãos dadas
ao tempo
 o contato
olhar nos olhos
dos olhos que nos olham
cheirar o hálito
a pele
a roupa
isso: 
ao se desmascarar
réptil,
lastro
verdadeiro perfume
ou 
o odor
apodrecido
do engano?
me dê sua mão...




Velas de Mel



Acendo uma,
 seja bem vista 
 com  aroma 
 as abelhas amam.
 Mesmo acordar sem noção, 
um café  na hora,
 leva embora a sensação
não faz sentido. 
Como olhar o chaveiro: 
 um golfinho dourado.
 Desde 
 Beatles 
cantando no telhado, 
todo mundo agora 
acha que pode também.
 A chama mel.
 Quem sabe,
 abelhas não se enganam.
A baleia do tempo azul, 
cauda fora d água, 
 em direção à estrela sul.
 Agora 
o sol brilhante 
 quase meio dia 
lá fora. 
Cresce mais a rama de hortelã,
 espicha o manjericão, 
samambaias novas
 muito verdes, 
cortininha de dinheiro em penca.
Só rezar um pai nosso
amém.
Gosto de Ave Maria
mantras
sabe, não?
ignorante.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Raios que nos pariram


Feitos de arco íris
ora, desbotados, ora mais  vivos, aos segundos, seus milésimos, infinitesimais
Há séculos buscamos um tesouro.
Há mundos buscamos um.
Em tantas existências, apenas a de viver.
De todas as vozes, o som.
De todas as faces, a verdadeira.
De todos os céus, o que nos crê. Quanto sabemos?
Um prato com restos de comida, a garrafa vazia, o lixo cheio, o pó sobre as lembranças.
Na fome, ovos mexidos, revirados,  um naco de pão.
Como uma pechincha.
Como uma fada.
Um sortilégio. 
Crias da imaginação.
Assim, como a noite que traz o vento frio,
resvalamos pelas frestas da janela,
fazemos a cortina dançar.
A dança da chuva e dançamos
a chamar as nossas estrelas.

(para Hivich, Pedrich, Bibich)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Rockete



É sexta-feira
Diz aí
Pra família
Pro gerente
Diretor
Pastor
presidente
cachorro
vizinho
Que saí
Não estou
Peguei a febre do rock’n’roll
tchau, patrão
Estou off
Cara
De cara pro
Rock ‘n’roll
Estou on
A praia me espera
A areia
Não, não, não
Estou na rabeira
Do rock ‘n’roll
Não me dê trabalho
só ondas,
espuma,
cerveja gelada,
gororoba,
minha guitarra
prancha
sem doublé
nas manobras
fico de  conversa furada
garota quase pelada
Não, não, não
Estou na rabeira
Do rock ‘n’roll
é sexta-feira
  dia de liquidação
mereço desconto
me dê
a saideira
Sim,sim,sim
Estou na rabeira
Do rock ‘n’roll







quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Simplesmente

a foto imaginária do seu dia
em que você está presente
e o seu olhar se acalma
porque entende
 um clic apenas
como piscar
imediatamente a sua história
passa a contar
uma vida diferente
que se esvazia
para preencher-se novamente
ante um anjo 
desses vagando em qualquer direção
que veste asas claras
e penas cintilantes
cujo propósito é levar
à esmo
tolamente
um dos milagres nas mãos
 sem endereço
solto e leve
mesmo assim
poderoso
peça a ele
que lhe o dê
gentilmente...


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Um bem te vi, um beija flor

Todas as manhãs
voam, anunciam-se,
cada qual a seu modo
e aparecem
como se fosse a primeira vez
de novo

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

primeiro ato (colegial euclidiano) 1969 ah, o teatro!

Escuro -......" a porta se abre e no silêncio da sala, em meio às sombras que a noite traz, a voz soa em explicação:
"cena 1 -Buraco da Fechadura (invisível, mas exacerbado na ilustração e com entonação pesada): "os fatos se sucederam e eis a questão: cada mania com seu louco. É fato. E o traço escolhe um entendimento. Devo dizer que o que vocês verão será apenas uma mera ilusão. Claro! Uma ilusão real. Um espectro. Um morto. Em pleno século vinte há tudo isso. parecerá coisa do diabo! Mas, vá lá. Ainda essa ilusão me serve, e muito! Ora, eu então não sou o 'buraco da fechadura'. Claro que sim. Mas, a questão continua: cada mania com seu louco. É inversão, agora, eu acharei as ocorrências. Engraçado, será que elas irão me decepcionar? Aguardarei, oh, sim, com prazer!!!!"
Clima -Antes mesmo da porta fechar-se, uma gargalhada sobressai-se tétrica.
cena 2-......."É dia, a sala aparece clara, limpa, com seus móveis imóveis. O grande sofá, as duas poltronas, a mesinha de centro, o toca-disco, o tapete. Flores e cartazes arrojados. A janela aberta engole os ruídos da cidade desperta.
som -......." Há uma sinfonia de buzinas e o ronco dos motores. De quando em quando um apito vem ressaltar em estridente som.
suspense -........"A maçaneta gira e a porta (em cor branca), novamente é aberta, só que agora por mãos humanas. A jovem não tem mais do que quinze anos. Para a idade é 'viva' demais, para a vida uma 'aluna rebelde'.
drama leve-........"Indolentemente, acomoda-se na poltrona esquerda, com a expressão típica de quem está fuzilando....."

Um vinho tinto, uma pizza, ao som dos canhões piratas

Abro a gaveta...
como asas adormecidas, 
folhas rascunhadas estão inertes
munida de coragem, respiro fundo,
começo a tocá-las
a ler
No HD, 553,
Space,
Piratas do Caribe:
A Maldição do Pérola Negra
então:
...'uma parte de julho
toca o meu rosto à noite
é o vento do leste
suave
Outra parte desse inverno, 
pela TV, à sombra
do esquelético PT
a bofetada, 
áspera e com o dorso da mão esquerda
me acorda ao esconjuro
mas, é noite, o balançar da folhagem,
embora calmo, sugere alguma chuva
Estamos no início do mês, tem jogo da
Copa Libertadores
São Paulo e Atlético Paranaense: é briga do umbigo para baixo
Em noites assim, parece que dá para ouvir
um canteiro inteiro de capim Napier
Era o que eu queria: esse vento leve no meu rosto
Gosto de lugares simples, como a manjedoura,
para mim, basta!
Um estábulo aconchegante, ao menos
em espírito...'

...uma breve prévia de um livro nunca lançado (inédito)

......."A memória deve se assemelhar um deserto de grãos cristalinos, onde enterro meus fantasmas fósseis sem a menor chance. Suas hastes pontiagudas e muito brancas ficam arranhando a superfície de areia fofa, latejando sob a luz da inútil visão. Às vezes, porque me perturbam, desenterro-os e vou levando, um a um de seus vastos esqueletos para outro deserto mais próximo e os exponho como numa feira livre. Cansa-me o seu peso, a estatura, enojam-me suas cicatrizes frias e afiadas. Então, as pessoas se voltam, querendo tocá-los, perguntando coisas. Chegam a rir, mas não os entendem. Em momento algum, conseguem compreendê-los.
........."Tomou o elevador e desceu no 5.o andar. As paredes sujas e azuis guardavam marcas antigas. Dirigindo-se à portaria viu que pouca coisa mudara. Naquela época o porteiro tinha bigodes morenos, falha nos dentes, coxas grossas e o sorriso pela metade na boca maliciosa. Mas era um sujeito agradável, ingênuo quase. Fora despedido um mês antes da colação de grau. Agora, ninguém estava ali para inspecionar visitantes. A mesma porta larga, sem pintura, aberta ao zum-zum dos alunos.
.........."O que há de extraordinário num tipo? O que me leva a idealizar uma pessoa, tanto e a tal ponto que, ainda que ela me pareça comum, frágil, mais a realço com as coisas do meu próprio espírito. mantenho sua figura atada aos meus pés e mãos, como se uma força constante a imantasse estranhamente...." inverno de 1982