Feitos de arco íris
ora, desbotados, ora mais vivos, aos segundos, seus
milésimos, infinitesimais
Há séculos buscamos um tesouro.
Há mundos buscamos um.
Em tantas existências, apenas a de viver.
De todas as vozes, o som.
De todas as faces, a verdadeira.
De todos os céus, o que nos crê. Quanto sabemos?
Um prato com restos de comida, a garrafa vazia, o lixo
cheio, o pó sobre as lembranças.
Na fome, ovos mexidos, revirados, um naco de pão.
Como uma pechincha.
Como uma fada.
Um sortilégio.
Crias da imaginação.
Assim, como a noite que traz o vento frio,
resvalamos pelas frestas da janela,
fazemos a cortina dançar.
A dança da chuva e dançamos
a chamar as nossas estrelas.
(para Hivich, Pedrich, Bibich)