domingo, 25 de agosto de 2013

Hoje, nem dormi

 E se o fiz
 acordei
me lembro do chão da cozinha
chorando
meio desajeitado
como é a saudade
de joelhos
Uma voz me tocou ao telefone
Atendi
Ecos maravilhosos do passado
que não encardi
nem embacei
meu espaço
pequeno
Porque
mesmo em dor
me  redescubro
feliz
e descubro
que me apaixonei
dormi solteira
e na bebedeira
acordei casada
com duas cãs...
Eu e as cadelas
Um pássaro
Uma lua
 Um ipê do vizinho
um bolo de laranja
um arroz queimado
um violão mudo
uma sogra mafiosa
Por que a gente não tem mais medo
de caravelas portuguesas
Sou o aborígene
em fado
em orquídea
me deleitando
em rendas e prendas
do verbo amar
bem maturado.