segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ares afro (ufaaaah!....)


África
como dói
teu nome:
tanta beleza
grandeza
riqueza.
Mesmo que rime
Não há decência:
pobreza
magreza
torpeza.
Dói, África
vê-la
e não
vislumbrá-la
Nossa mãe
ancestral,
tataravó,
decote,
cocar
café,
diamante.
África
África
África.
O sopro ultra-continental
do alento.
África
de dor.
Tribos.
Faça-as conjugar.
Bichos? Deixe-os voar. Crescer. Andar,
feito árvores.
Liberte-0s.
São como os rios.
Como rimar
o sentimento?
Levante, África.
Não dobre mais joelhos
Não trance línguas,
trance cabelos -
teu destino:
deslumbrar.



cruzes, não ouse me dar bom dia, mundo!

Somam-se alguns anos
quem sabe
uma década
meses de esconderijos
subterfúgios
camuflagens
fantasias
com as quais
lido ao menosprezo
das simpatias
esconjuros
todas em alto-relevo
derrapando
na curva do ato
em nó
vai entrocamento
a sós
aborto da alma
sólida
sem eliós
meio cuspe
meio suor
cede ao mortal
por que é falso
o pé imortal?
Reles
vazios
visíveis.

Scherish

bebo uma flor
que se renova a cada carícia
do paladar
é como degustar
um livro
uma obra de arte
sem pudor
fenícia