Logo que nascem
sentem a magia do umbigo
que se esvai com o corte umbelical
Lá se vai o nado sincronizado
Logo que crescem
sentem que o horizonte é a saída
mais presumível
e longínqua
e batem a cara no paredão invisível
vertical
Lá se vai o tubo de ensaio
Logo que pensam
sentem que a consciência é tudo
e se não sabem morrer, ainda,
alguém os deixa em luto
Lá se vai a mínima perspectiva plausível
Logo que amam
sentem que há um outro universo
o paralelo
e resvalam entre um e outros
não ao mesmo tempo
Lá se vai o latu sensu
Poetas, poetas, poetas
a peneira da areia
do ouro em pó
com desmesurado asseio
visceral
o coração percorre artérias
do desleixo cerebral
Lá se vai o pari passu
consumido pelo déjà vu
futuro
já estão, de novo,
na barriga da galactica Mãe
Cósmica e Universal
sem sequer sairem do chão
Ploft
chiii...
estourou a bolsa