quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O maciço compacto de tiradentear



Tiradentes tem logo um impacto,
uma torrente, um rumo contundente,
a Serra São José, exuberante,
presente.
Abraça incontestável história, viva, perene, de Tiradentes.
O Alferes, 
 formoso, pequeno gigante.
Vá até ele, dê a sua mão,
olhe nos olhos de quem não para de olhar você.
Porque vê tudo ao redor, incontinente.
A cidade, de quem mora, de quem chega,
mantem-se muito e pouco rotineira.
Aberta, reluzentemente decente, religiosa.
Crê em leque de fé.
Abertamente.
Tiradentes, cidade,
cresce rapidamente
devagar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2012, vamos lá, coragem,não acredite em milagres, faça-os

Já sei o que nos espera,





fechamos a janela





e lá está ela,





horrenda, escancarada,





a porta de saída,





escura e bela,





dá entrada à vida








Hoje já somos passado








e me olho anteriormente








Basta, fantasmas, basta








Nos recompoem erros consertados








Estou no presente








lá ................................................................................na frente





Inconsequente abismo,


me aviso,


fundo raso de pouco saber.


Surpreendente saber o chão de não saber,


sem fundo.


Saiba.


Faça sua muda no mundo








Por que a descrença e a desconfiança? 2012, sim, tem tudo para exterminar a humanidade!

Fazendo minhas contas



aqui no lápis e na calculadora



resolvendo intrincados teoremas



queimando as pestanas nas mirabolantes fórmulas



desde o zênite ao equinócio



perscrutando as pirâmides



as catacumbas



as trincheiras



os estábulos



o círculo de fogo



as falhas geológicas



as placas tectônicas



a literatura de cordel



a bíblia dos tolos



e seus livros sagrados



Batata!



Na mosca!



Os Maias estavam certíssimos.



Neste final de 2011



já foi claramente enunciado e constatado



que há vestígios de humanidade, apenas



E são raros os seres verdadeiramente humanos,



mas é preciso que a patologia forense se empenhe muito



nos exames minuciosos de DNA



caso a perícia colha efetivamente material autêntico



proveniente de um legítimo exemplar da raça



Talvez nas extintas bibliotecas



em salas concretas de aula



no leito de algum fio de rio esquecido na floresta



de um trecho ou outro de árvores centenárias



quem sabe na platéia de teatro sério, cômico e trágico



ou pendurado nas paredesmilionárias de museus fortemente vigiados



talvez, nas cavernas sorumbáticas sem grafites e pixações



quiçá no mofo e lodo de cidades históricas



Hum...



não ví nada nos cofres públicos



Minhas equações dizem que será humanamente quase



impossível



encontrar a humanidade em 2012



Os shoppings, bares, restaurantes e guetos de comércio populares



estarão lotados do rebanho antihumano



assim como ruas, estradas e estacionamentos



repletos de seus cascos combustivizados.



Peninha...



Mas, em homenagem a 2012, mantenhamos



a esperança.



Crave aqui sua colaboração em reais.



Ajude como puder



Com obstinação encontraremos nossa raiz



sequinha



mas, passível de ser datada e identificada



dá-lhe carbono 14 ...






segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

100 anos? Até quando queres viver?

lembra-te de teu dia de hoje
lembra-te de teu amanhecer
lembra-te de teu sorrir
de tua música
de teu espairecer
lembra-te do teu silêncio
da tua alegria
do teu sonho
da tua fantasia

ao anoitecer

lembra-te da mesa vazia

das cadeiras cheias

do copo de cerveja

tua iguaria gordurosa

a geladeira de fritas e miojos

cheia de ímãs delivery

na madrugada fria

trôpega

nem achas tua chave

chega em casa emprestada

alugada

te consideras o panaca do pedaço

bate cabeça

xinga alto

bate a porta

porque sabes que não tem volta

então, recomeças

do ponto de partida

sem ir a lugar algum de tua vida.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Para quem se dá de presente na árvore de Natal, plante 2012

Sim, sim, sim, Natal

Quantas bobagens e baboseiras

quantas lembranças infantilizadas

e

pior

prometemos crescer

Papai Noel?

Ai, lembra?

Prometemos nunca mais acreditar

E lá estamos, de novo,

acreditando nos shoppings

nos amigos invisíveis

em outras línguas: ocultos

Tenebroso receber um 'presente desconhecido'

talvez aquele coleguinha idiotizado,

aquela zinha

sem a mínima pontaria

sem um pingo de sensibilidade

apenas o paralelo da escravidão

(quer mais?)

O festim das aves

chester

perus

galos

galinhas

frangos

galetos

Assim como leitões, leitoas,

a boiada toda, inclusive

Não

Natal é sagrado, só um peixinho

churrasco de abobrinha, pimentão,

cebola

Tipo, vamos manerar porque quero sarar

meus mil anos do aborto de mim mesmo

somente neste dia, especial,

em que o Planeta segue a mira de Vênus

e renasce continuamente aquele

açoitado, crucificado, continuamente,

num hiato de tempo, emergido, eregido,

ressurgido, regurgitado

continuamente.

Imagino que ele é um vai e volta perpétuo

e que ele já está saturado dessa sangria desatada

À mesa, amiguinhos comestíveis e com fartura da morte

Desde que o tamanho seja descomunal

Com farofa...

Dizem que é dos orixás

Com vinho

Dizem que é o Baco sentado nos barris

Refrigerante, aquela aberração contumaz e frequente

Injetando pressão alta e obesidade precoce

Ah, os médicos estão cada vez mais milionários.

Os hospitais são uma grande rede hoteleira.

Quanto mais imbecil doente, melhor.

A indústria farmacêutica está de ampola em ampola

trilionária

Assim como a indústria automobilística

e a de armamentos

e as plantações que deixam os narizes

Garanto, que fizemos todos mais felizes,

porque estouramos o cartão de crédito e o fígado.

Mas, rimos, cantamos desafinadamente,

enchemos a paciência de todo mundo

e ainda vomitamos na pia

Em 2012 , faremos tudo de novo?

Igual

Outra vez

...


sábado, 10 de dezembro de 2011

'Alguém' tem que fazer o trabalho sujo?

Por que?

Nos consideramos tão nobres que não limpamos a nossa sujeira

Por que?

Nos consideramos tão superiores que não catamos nosso lixo

Por que?

Condenamos o outro a limpar a nossa casa

Por que?

Escravizamos o semelhante para fazer o nosso trabalho

Por que?

Nascemos tão diferenciados se somos iguais

Por que?

Nos distanciamos de nossos próprios dejetos

Por que?

Acusamos alguém de manchar nossas nódoas

Por que?

Nos enriquecemos com a pobreza de nossos irmãos

Por que?

Sugamos a vida de outras vidas

Por que?


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dr. Sócrates ofusca 'campeonato' do Coringão

Foi uma festa



e um velório



Festa dos jogadores regulares do campeonato brasileiro



nada de especial



Afinal, é o Coringão



Timão



sem jogadorzão



com o grandão Adriano



cevando na relva



sem ação!



Corinthiano sofredor, torcedor,tá aí.



Isso mesmo.



Na mídia só se falava de Sócrates.



Menos Ribeirão



cidade que adorava,



cedeu uma entrada de matéria principal



sobre avenidas repaginadas



- nada do Magrão,



como diz Nelson Carrer Jr



jornalista perspicaz



Dizem outros jornalistas,



O calcanhar de ouro era santista de coração...



Um amigo meu, revisitado,



que hoje mora na França



Jornalista também, e dos bons,



Roberto Trigueirinho



Acompanhou nos anos 80 uma passagem do Doutor na Europa



Em entrevista, no ano de 1983, Sócrates responde a uma pergunta :



gostaria de morrer num domingo com o Corinthians campeão


E mais


nos comentários locais, regionais,


nacionais e internacionais,


muito além do que a cidade de Ribeirão fez,


dizem os especialistas:


'Sócrates não deixa nenhum sucessor!


Politizado e talentoso.


Não foi à toa que ele se fez Doutor'


Estudou, se formou, mostrou a que veio.


Bebeu sua vida gloriosa.


Quem pode dizer que não.


Principalmente aqueles que bebem sua vida desastrosa...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pára, Pará!

Duvido que alguém duvide que haja alguma sanidade nesta divisão

Um muro de berlim separando o bem do mal

Nada disso, tudo é uma politicália

e a politicália deveria eregir sua própria cidade

em algum lugar do Planeta Oxiúrus

Querem mais cadeiras na Câmara e no Senado

e isso quer dizer

mais dinheiro público para quem não faz nada

Mas é eleito ao salário monumental

da inércia e omissão políticas

Se fossem sérios

trabalhariam em prol do Estado

e não na divisão do butim

Cortaram ao meio a responsabilidade

pelo contínuo saque de reservas naturais e financeiras de Mato Grosso

- Ah, dizem os inocentes, não fui eu.

No Pará, será a mesma coisa...

Sócrates, o gol de calcanhar genial, foi embora

Muitos falarão de Sócrates



Eu o conheci no início dos anos 80



em Ribeirão Preto



numa entrevista gravada que sumiu



e nunca foi publicada



A revista, local, quase regional,



na época, mal pagava colaboradores



e mal publicava matérias importantes.



Me lembro de nós três, eu , Adriana Canova e ele



Sentados num banco da praça do jardim América



O Dr. , que fizera maravilhas no futebol



como seu famoso gol de calcanhar,



alto, magrelo, vozeirão, calmo,



sorria também com os olhos,



um ser brilhante



Tão brilhante que nunca mais me esqueci.



E agora, sua luz terrena se apaga.



Continua na espiritualidade,



reluzente.




Copa 2010 na África: Desmond Tutu e Sócrates



sábado, 3 de dezembro de 2011

Sonho atravessado

em algum lugar

engastalhou
se engraçou com outro sonho
bebeu demais
perdeu o rumo
passou batido

tornou-se medonho


cansou de ninguém
não deu descarga
esqueceu o modess
o ob
o creme hidratante
usou o esfoliante

sumiu
no gracejo

do espelho


talvez

quem sabe
assumiu o armário
foi de embrulho
tropeçou na ponte
caiu na correnteza escura
encarou o avesso

e o contrário

perdeu o trem
babou no travesseiro
acabou a pilha
não recarregou a bateria
dormiu no ponto
encontrou as estribeiras
chapou logo de cara
patinou no barro

atolou à seco

colocou durex na quilha

cuspe na armadilha


bateu na porta errada
fez mira, errou
vai ver

não me viu




A Prece que nos Abastece


Seres amados da Vida
Seres amados da Essência Cristalina
Seres amados dos Princípios Primordiais
Seres amados das Eras sem fim
Eras universais
cobri-nos com vossos mantos de perdão iluminados
com vossas vestes de amor translúcidas
que curam que saram que consagram
em dimensões de comunhão reunida
- amarguras
dores
males que sangram
nossa carne e alma
por descrença consumida-
que envolvam nossas energias
de pureza
e as revigorem
com vossas luzes divinas
e as conduzam
e que possamos alcançar a graça e a leveza
de todas as Graças bem vindas

e vividas
para que nossas asas se abram
ante a saudação de Vossa Presença
Alegre e de Bondade Infinita
Graças, Graças e Graças