domingo, 2 de agosto de 2009

'Bororó' sem nenhuma tradução literal assenta-se na poeira levantada




Fibras humanas

cultivadas em

células

de manto familiar.

Um colo generoso

de avó
feito ninho
de filó.
Palavreado têxtil ,

vernáculo lunar

em seda.

Só un peau...

contemporâneo

matuto

tropeiro
com mãos
de garimpo.

Ao abrigo

de aguaceiro

esconde-se o frio.


Abre-se o sol

mineiro.
Casa de abelha
sem poeira
cheia de zumzumzum.

No aconchego
um a um da família
dorme ajeitado.

Quintal pingueiro

levanta acordado

no cerradeiro.

Aprende-se

com esta casta

de ventre

despinhadeiro,

desdizer dito

pelo não dito

bendito

Eleito

pela centelha

da convivência

sabiamente

erudita

com simplicidade

A linhagem azul royal

'Bororó'

de Augusta,

paisagem genética

como um toró,

de história
desfiada em croché.

Não é uma só

a receita,

tece

enternece

endurece

aquece

em muitas facetas:


art decour da

miscigenia

portuguesa,

africana,

moura

judaica

e indígena.

Estirpe nobre

da etnia

aos ora pro nobis

couve, quiabo, taioba ,

suã, fucinho e costelinha

fubá

canjiquinha

palmo a palmo

tête-à-tête

ao quatrocentão

colonial esculpido

em berço
- estado puro

de degustação -

do saber e provar,

desde o canavial

ao virginal

expurgo em deleite

do cafezal,
ouro verde e amarelo.

Em phd

diplomado

- matinée
de diamante

multiplural .
Ateu sabe rezar?
Ah, aprende...