sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Para quem se dá de presente na árvore de Natal, plante 2012

Sim, sim, sim, Natal

Quantas bobagens e baboseiras

quantas lembranças infantilizadas

e

pior

prometemos crescer

Papai Noel?

Ai, lembra?

Prometemos nunca mais acreditar

E lá estamos, de novo,

acreditando nos shoppings

nos amigos invisíveis

em outras línguas: ocultos

Tenebroso receber um 'presente desconhecido'

talvez aquele coleguinha idiotizado,

aquela zinha

sem a mínima pontaria

sem um pingo de sensibilidade

apenas o paralelo da escravidão

(quer mais?)

O festim das aves

chester

perus

galos

galinhas

frangos

galetos

Assim como leitões, leitoas,

a boiada toda, inclusive

Não

Natal é sagrado, só um peixinho

churrasco de abobrinha, pimentão,

cebola

Tipo, vamos manerar porque quero sarar

meus mil anos do aborto de mim mesmo

somente neste dia, especial,

em que o Planeta segue a mira de Vênus

e renasce continuamente aquele

açoitado, crucificado, continuamente,

num hiato de tempo, emergido, eregido,

ressurgido, regurgitado

continuamente.

Imagino que ele é um vai e volta perpétuo

e que ele já está saturado dessa sangria desatada

À mesa, amiguinhos comestíveis e com fartura da morte

Desde que o tamanho seja descomunal

Com farofa...

Dizem que é dos orixás

Com vinho

Dizem que é o Baco sentado nos barris

Refrigerante, aquela aberração contumaz e frequente

Injetando pressão alta e obesidade precoce

Ah, os médicos estão cada vez mais milionários.

Os hospitais são uma grande rede hoteleira.

Quanto mais imbecil doente, melhor.

A indústria farmacêutica está de ampola em ampola

trilionária

Assim como a indústria automobilística

e a de armamentos

e as plantações que deixam os narizes

Garanto, que fizemos todos mais felizes,

porque estouramos o cartão de crédito e o fígado.

Mas, rimos, cantamos desafinadamente,

enchemos a paciência de todo mundo

e ainda vomitamos na pia

Em 2012 , faremos tudo de novo?

Igual

Outra vez

...