terça-feira, 12 de maio de 2009

quo vadis?

Ainda não somos o fim de mundo...Eu passo.

ser humano e derivados

Somos uma família viral
veneno que se nutre do próprio antídoto
já sem efeito a não ser os digitais
espécie insustentável
contraida
pela percepção equivocada
ilusória e iludida
nada vital
simplesmente
mortal.

depurações outonais, de praxe...


até mesmo as pedras se movimentam

as árvores sacodem seus galhos para desnudarem-se das folhas secas

os rios em cheias revolvem-se e desmolham-se do lodo e entulhos

os ventos espanam a poeira e os ciscos

os pássaros deixam velhas penas e revigoram a muda

o outono é a silenciosa transmutação

depura a natureza, de que espécie for

adormece e resfria sua lida

sua poda necessária e natural

calmo, imperiosamente,

afaga o desembestado novo

invernal, hiberne

todos deveríamos humanos

ter o mesmo movimento, em nós

como o dia e a noite

como o beabá

podemos habitar torres e porões

revisitar o passado

exorcizar fantasmas

não alimentá-los.

A folha será sempre a quota da natureza.

O ser humano é o verme que o come, devora, devolve-o

à sua cama

de terra e pó.