segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Era um jardim, virou praça, virou avenida, virou o que virou

E eis que nasceu um cacto


demoradamente
o vaso de cerâmica com bicos de papagaios
que adoram a estiagem
folhinhas de comigo ninguem pode
orquideas
um catavento que vai desbotando
alegremente
gira e gira
ao vento torto
enquanto as nuvens em desabamento
abotoam a cidade e suas ilhas
de aquaplagem humana
Veem à tona
rapidos e frescos
pingos
da chuva
Corpo boia vivo
ou morto