sábado, 26 de dezembro de 2009

Homenzinhos de ouro e menininhos de pano

Eis uma viela populosa
genuinamente brasileira.
Tem duas margens e lameira
de esgoto entre ambas.
Uns tampam o nariz,
outros usam blindex e ar condicionado.
Outros entopem os cofres públicos,
uns estouram a boca de lobo com seus dejetos.
Faltam dentes e teem umbigos saltados;
sobram molares, caninos e aparelhos corretivos.
Trapos e chinelos, sujos de rua;
grifes, geladeira cheia, mp4 animal.
Avós, tios e tias, papai noel;
Vizinhos, tarados, catadores de papel
Bundas, peitos, barrigas molengas;
Cílios, batons, gravatas,lipo e perfumes.
Pipas de sonho com saquinho plástico de supermercado;
pseudoheterosecológicos, luzinhas que piscam e trenó lotado.
Varal lotado, quintal, casa sem telhado, escatológicos.
Barriga de mãe não é ventre, é lixeira de gente;
ventre é cofre, fetos excelentes.
Uns se chamam sean, outros marcinhos,
há similaridade: uns são baianinhos, outros, sei lá.
A diferença? Uns teem cofrinhos, outros o são.
Quem pode explicar mais sobre isso? Consultem o fábulo papa grana: gilmar rendes...

Ai, São Benedito, será?...

Igreja do Rosário, em Tiradentes (MG, Brasil), by Marialice em inspiração arábico vespertina...Em vigília de fachada, acima da porta de entrada, a imagem negra de São Benedito, envidraçada.A outra imagem, recorta o que você vê, ou não? 18/12/009