terça-feira, 16 de junho de 2009

escarafuncho

Reviro-me
rebusco-me
fuço
nas gavetas
nos armários
dentro dos sapatos
meias
soutiens
nos fundos
de molduras
encaro-me
em porões
sótãos
mezzaninos
nichos
rabiscos
no moleskine,
sensual,
rememoro o casual
devoto e familiar,
bestial
com
cinta-liga
baton-rouge
itinerários
de rupturas.
Enfio o nariz
nas rachaduras
fissuras
tocas
frestas.
Folheio-me
em
álbum de fotografias
diários ginasiais.
De vista,
banheiro público
murais
Arranho-me
em cercas
sarjetas,
pulo quintais.
Toco de cigarro,
ampola branca
jaz nos idiotas
mortais,
agulha,
seringa,
garrafas,
latinhas,
carnavais,
bebês sem pais,
vitral púbico,
paro em sinais.
Sei, só eu respeito a lei
e os demais?
Gente:
cadê o meu Planeta?

sem erros capitais

Não há mais
espaço e tempo
no Planeta
para o eu ou você.
Agora, sem demora,
somos eu e você.

conjugo-me em asas

sob nuvens rasas
soltar as amarras


desatar os nós


lançar o lastro


desencilhar
inflar o vôo
com rédeas largas
ao navegar
em pleno ar
soo