sábado, 21 de março de 2015

Areias

Majestosa senhora
Moça
Linda pessoa
Que nos alegra com seu canto
Tambor e rendas
Perene nas nuvens de leste
Desses
Que alardeiam meu dia
Como a noite do sol
E o dia da lua
Ao oeste
Me acaricia
Devota
descalça
Como a brasa fria
Me aquece a labareda
de língua yin
 na tua
voz
Imperiosa
Ressoa paralela
No sul
entoar o ninar
Migra em mim
O pó
Pirlim pimpim
De estrelas Órion
Porque areias
Areias
Areias meu arear
Areias
Como o Norte
Apregoa
Yang
Deveras
Ou foi, é, será
O DNA
Sou o que peneiras
Senhora moça
a alegria , a magia
sem dor
Abençoa
O brilho
Que não é de vidro
Brilha por si só...
Brilha por si só
Me leia na veia
Da tua foz
O rio me rendeia
Na  teia
homenageia
na bateia
descubra
sou  ouro só
sou ouro só
só ouro

Areias
Areias meu arear
Areias





sexta-feira, 6 de março de 2015

Natureza , seu relógio de pulso

Coragem
que esse vento revolto
desarrume em você
suas mechas grisalhas
Mostre seus dentes ainda capazes
de morder palavras 
com a gana de quem tem
a audácia de ousar
comer
Não meias palavras
a faminta gula
que mal não faz
ao bem querer
Devorar 
que espalhe águas
ao abocanhar o peixe indevorável
Sabem
as ondas 
Sabem as ondas
O tempo de vem
 o tempo que vai
Morde você 
se tem coragem
 de escrever e cantar
palavras inteiras
verdadeiras
aquelas que o vulcão cospe 
sem pestanejar...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Obras primas (nem irmãs, nem parentes , nem conhecidas e desconhecidas)

São aquelas que apreciamos
em silêncio e em êxtase
expressas
em telas
músicas
(palavras, cores, rabiscadas)
vemos cores
suas dores
algemadas
aos pincéis
anéis
libertadas
em flores
muitas vezes gritam
para quem prefere ouví-las
caladas
sons e tons
que se aumenta, 
diminui
se fora
Seu autor e autora
nem moram mais aqui
viveram seus dramas, suas inspirações,
anônimos 
regentes 
maestros da vida
momentânea
libertos
apenas em apegos
efêmeros
pela paz
Vá!
Siga
nem há datas
nem acento
no movimento
parado
se revolvendo
Vá!
Como faz o tempo,
embora,
levando
seu alimento
hora
ora!

domingo, 11 de janeiro de 2015

De que vestes se desnuda tua voz

Ouvi
Tantas vezes tua voz
Delicada e afinada
cantando
Como trovão e relâmpago
Como nas caixas de som Gradiente
Graves e agudos
Desde ave
Desde retirante
Desde peixe
Desde pedra
Como vento
Às vezes pluma
Às vezes onça
a espuma
Da maré da madrugada
Às vezes chão
Caminho cego
atento
Com pés e miçangas
Colares 
o ouro, os cristais
uma coruja
postada no galho escuro
brilhante
Xamã desmontada
Que Balança o tempo
Com o Perfume de alma
Que cala a noite
ao piar afinadíssimo
arrepiante
No abraço árido
Do Sertão que se ilumina
ao dedilhar as cordas 
violão
que anuncia o  dia 
ante a trama que se enrenda
Tecida, então
Espelhos moí
Que dissessem não
À face da qual
Durante anos
Me despí




domingo, 28 de setembro de 2014

Hoje você me visita, quanta honra

Meu querido José

Sua presença  amiga
é como um abraço
Que me conforta
Mesmo estando ausente
Sua presença é um perfume
Que abre a porta
De memória benvinda
Antiga
Como um beijo
Da nossa convivência
parida
Que traz lembranças
Daquelas que nos fazem sorrir
Às vezes, chorar
Comovida
Meu querido José
Que jamais esqueço
Decerto
Sua ausência sentida
Por estar sempre tão perto
Por tanta vida
que me faz sentir
perante sua inexplicável
partida
agradeço