quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Confessionário de araque: Camelamos ?




É da nossa índole

em tese

camelar

em casa, no trabalho

nas relações

carregamos fardos insuportáveis

sem reclamar

e se reclamamos

pregamos

no deserto

nossas vidas são um martelar

perene

bigornas surradas

quotidianamente

e ainda pagamos

por este desertificar

ruminamos

por certo

abomináveis calotes

ciladas

infantilizadas

pela injestão de doses cavalares

de 51 e Carote


































































































































Beabá do Papagaio Testamenteiro

....'atrás de um grande homem bosta tem sempre uma mulher bunda'.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

? Ptolomea

quantos sim se dá a um não
a que nos leva a encruzilhada
quem já teve tudo em nada
obtusa sou raiz quadrada
rio, rio, rio e desaguo
em água parada
dedos sem mão...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Insignificantes (uns mais outros menos)

Não nos vemos

de cima para baixo


apenas de baixo para cima

quanto mais nos mostramos

menos aparecemos

e quando nos enxergamos

não nos reconhecemos

pudera,

porca miseria,

nem sabemos


a que viemos


só que estamos

em jejum de elementos
essenciais,
pastando notas monetárias,
cada vez mais gordurosas
com overdose de consumismo.




sábado, 19 de setembro de 2009

Portal de Serventia para a Criatura em Criação

Me serve a tua revolução
teu esgar de roldão
teu manejar no supetão
teu enveredar em expansão
Me serve a tua dedicação
teu reparar em tração
teu fisgar no beirão
teu chão teu chão teu chão
Me serve teu sensor de colisão
teu alvoroçar na contramão
teu rumo em direção
tua gana pela comunhão
tua consumação
Me serve teu batismo de danação
teu lastro porque de afasto não vou não
tua escuridão porque tua luz não tem apagão
teu perdão teu perdão teu perdão
Me serve tua revelia de montão
teu grito de aviso escrito no paredão
teu sorriso ensanguentado na paixão
tua esquina de encontrão
tua dimensão
Me serve, sim, tua servidão
tua queda de braço com o tinhão
sem escravidão
tua intensa libertação
ação, ação, ação.
(alferes/ 18/09/009 MG)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

'M' Dormida 11/09/009 Tiradentes MG BR (Bússola etérea)


Minha pedra solta
caminha feito bicho
rosna à noite
anda de pé descalço
tem saliva de vinho
chocolate e café
no pescoço, um laço
de lingote
dourado
como jóia rara -
solta pelas ventas
incenso -
varre a casa
com alecrim do mato

o sono vem com gosto
de tomate
oliva
tabaco
pimenta
em ninho feito
com sombra de árvore
feixe de sementes de ipê
areia de minérios
folhas de imbé
funcho
beijinhos
e
taquara


'Lero' já com sotaque de encantamento



Bem cedinho
Naquela horinha
Que nem o galo tem coragem
De espiar
Acordo
A brisa fria
Já está lá
Soprando as sombras e
O sono
Um jeito simples de espreguiçar
Um tantinho depois
Quando a passarada sacode
As asas
O galo dá de cantar
Aí é que começa
A pressa de acordar
Para a boniteza
Do lugar
De repente,
Lá vem o tucano
E seus pares
- Bicos de quebra-quebra
Alaranjados
Exibidos
São aves de se engraçar
Assim como outras
Que estão no habitar

(Tiradentes – MG 17h55 15/09/009)

Donzela do tempo com decote de adobe



Manhã de
Água
Pedra
E vento
Cheia de pose
Cochicha
Seus agrados
No ouvido da serra
Dá cheiro
De capim
Ao pouso
Do bando Maracanã
Capricha
No desfiado
De plantas
Cheias de floreado
Enquanto
Espera
O ardor ensolarado
Da tarde
Com fricote
De tecelã
Quando vem a noite
Enterra
Seu rebolado
frisante
Com recato
De anciã

(15/09/009 15h28 Tiradentes MG)








segunda-feira, 14 de setembro de 2009

pedras de aterramento tiradentino

me fale de pedras
como me falam as pedras
de mão, de terra
de chão
de mato
pasto
sombreadão
pedras de ruas estreitas
encorcorvadas
caminhos tortinhos
beiradas com flor
pedras salgadas
de cerca
plantação
arvoredo
pedras de coração
carreadoras de fardos
escravos
sustentadoras de asas
escorregadias
sustentam correrias
de sabão
dobram esquinas
erguem sonhos
palmilham histórias
pedras doces
porosas
compactas
pedras que roçam fundo de rios
pedras de cor
sem a exata medida
exata
pedra que aninha velas
rabisca abecedário
levanta pé direito
brota em lagoa
santa
tem serventia pra costado
debruça em cachoeira
alicerça a minha natureza

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

o início do início do início

desde ontem
estamos amanhã
no hoje
agora

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ímpar

Não faço mais o trio
nem fui o solo duo
desculpe, meu uno
chii, desapareci

caminhos tardios em véspera


de passagem

nossa missão eram viagens

de outra monta

fomos margens em branco

em páginas de todos os riscos

potros com laço a nanquim

cascos de quartzo

crinas de polen

trotando no vale

levantavamos nuvens

de poeira crayon

desenhavamos contos

e contrapontos

como tropeiros da fe

um uniperiscopio de esmeralda

na fronte

faroletes instantaneos de ribalta

fomos légua e milhas

- cá estamos,

chegamos,
estranhos.







domingo, 6 de setembro de 2009

Excuse-me, José Riviti, La Passion Rubra Intestina

Desculpe-me incomodá-lo
sir

neste seranus

dedilhado solo de one

mas, caiu um súcubo

no decote suburbano

e ele está fazendo um sutiã

de croche pink

GGLS

E mais,

aquele íncubo albino

que dormia no porão da sacristia

pagã,
aos roncos gregorianos,
saiu sorrateiramente pelo bairro

e está aquarelando

no viaduto do chá

às pinceladas capricornianas

os cabelos pubios dos transeuntes

Deveras, devo acrescentar

que em sua lapela ortodoxa

de meia tigela

o alien hermafrodita tatuou

um origami

do Pterodactylus sp.

vo mi tan do

tacos e guacamole

Entrementes,

dada a sua crença mundana

não batizada

mas sacramentada

pelo ócio

de noites shakespeareanas

saliento que é inútil
tamborilar os 's o s'
no braço da poltrona italiana
Não lhe cai bem
a vestimenta em código morse
Todavia, mister,
sobrou-lhe a cã
Dercy Beaucoup
com coleira de estrasses
Antes que me esqueça:
au revoir.






Conclamo a todos os seres humanos, voltem para casa!!!!

Câmbio!
Saúdo a todos.
A Terra precisa de vocês.
Uni-vos!
Filhos pródigos.
Anista ampla, geral e irrestrita.
GO home.
Volta, Desgramado.
Deixem de ser ausentes,
riopardenses
Mi casa
Su casa.
Over!

Germinal Artese

Terno de risca de giz
cabelos grisalhos
mãos grossas e firmes
alto e rígido.
Foi meu professor
de desenho geométrico
no ginasial
- Instituto de Educação Estadual
Euclides da Cunha.
Fazia os alunos desenharem
círculos dentro de quadrados
letras do alfabeto grego
e gótico
Levava para a sala de aula
cubos, cilindros, a língua
perspicaz
Nos anos 80, assim
como pinguins de geladeira,
se tornaram
kitsch
Genial com o violino
telas à óleo
e pescaria.
Mordo a isca de seu talento
até hoje.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ao diamante licorizado Badalona


Tive um amigo

andaluz


escorpiano como eu


de Málaga


em uma São Paulo


de 1976


- Antonio


Universitário


na época


frequentava barzinho


regado à cerveja


com steinhaeger


violão


cigarro


apoteoses em cinema


Numa tarde de sábado


me presenteou com um anis


e figos da índia -


como ficou leve


a minha cruz....

Doces e meliferas ferroadas de mamangava

Uma anã gigante
com couraça
de veludo negro e cobre
tem zunir perturbador
voando de flor em flor
amarela
seu ferrão é uma ginsu
curvada
como um gancho
que brilha afiadamente
solitária espécie
que voa
sem o pressupor do voo
com asas tenuamente

Fusca V D O


Aprendi a dirigir aos 10 anos

Eram camionetes Ford

Meu pai nos levava às fazendas

eu , minhas duas irmãs e irmão

adorava os caminhos

de terra,

estreitos,

ilhas

de capim

ladeados

por touceiras de brachiaria

mourões e arames farpados

Imponentes o eucalipal

o cafezal

o curral

o canavial

Pasto

pedra

riacho

asfalto

vale

montanha

Quatro anos depois

eu me divertia em fuscas

1300:

cavalo de pau

velas zunindo

banco de trás

o 'puta merda'

câmbio bola

radio AM/FM

Mundial 860

noturna

O precursor DJ Big Boy

Na banguela

VDO

só faltava arrebitar

o tobogã

da meia-noite

e a moleira dos nativos

Sem aditivos,

o carro

e os ocupantes

Ficar in vitro

era ingerir

a loirona queimada

Brahma

sanduba de rodoviária

marcha-ré

contrária.






sexta-feira, 4 de setembro de 2009

de vez em quando, para sempre, como o mar lavra o arrecife, como o arrecife rasga o mar

às vezes, corto-me em tirinhas
outras, desfio fiapos de mim
em poucas, escorro-me pelas sarjetas
quase , quebro-me em caquinos
sempre colo uns pedacinhos
no interim
como estilhaços -
bagaços
ameaços -
nuns espacinhos
de
trajetos
mobiliados
de setinhas
estiradas
em
espiraiszinhas
infimas
intimas
com a destreza
em curva
de um espadachim

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um piscar em Brilho Neon

Qual é a fonte da piedade,
alguem sabe me dizer?
e do ódio...
da amargura...
da fome...
da cretinice?
Ao mencionarem o bom
há um constante alcunhado:
de beocio, de ingenuo,
candido, desavisado,
amador, tolo
Como se não cabesse
em nós o estado bruto
Sinuezas da espécie
in natura e seus
hipoteticos
assim como dialeticos
adereços
de carater intrinseco.
Ao mal juntam-se o genial
o astuto
o fenomenal
a inteligencia
diabolica.
Presumo que o bem seja
bem estupido.
Compreendeu?
Faça-me um favor
alias, compro-o,
dê-me migalhas de pão
em neon
para que encontre o caminho
de casa.
Não vomite no meu
estilo
Vá babar no colo
do seu dono.
Já pisquei uns
segundos de cérebro
e senti a lua uivar