Cara Bibi
Uma das mais notáveis crônicas sobre a loucura do
dia-a-dia eu li nas folhas da areca-bambu no spa manicômio hípica, a partir de
2000 (ou 1999, não tenho bem certeza) quando dois seres humanos resolveram ir
atrás de tranqüilidade e segurança (incluindo aqui uns rega-bofes improvisados),
a princípio sem nenhum princípio, principalmente nos finais de semana com muita
cerveja e churrasco. Nada menos vegetariano que aqueles tempos, mas bem
trôpegos e alegres. Alguns dos convivas, às vezes, tinham que sair pelas janelas ou iam
engatinhando para a casa, pois as condições físicas e humanas apelavam para
tais posições. Outros entoavam hinos evangélhicos, como aquele refrão: Dê
“brahma’ senhor, dê brahma’ senhor, porque a kaiser já acabou.... Muitos faziam
o velho e bom retiro espiritual, deixando apenas o corpo em atividade etílica e
pagã. Havia, sim, muitos momentos de quase total controle das emoções
hormonais, principalmente às segundas-feiras pela manhã, mas não no banheiro.
Com o passar dos anos, os portões se abriram ainda mais para novos proprietários,
oriundos de mais diversos circos e
subúrbios em franca decadência. Com o livre-arbítrio à mercê de outros
elementos fármacos-químicos, a vizinhança se tornou psico-ativa-compulsiva em
melodias sertanejas (Fio de Cabelo,por exemplo) e em quebra-louças, gastando a
herança emergente-ignorante em obras infindáveis e barulhentas por meses a fio,
que viraram anos, que viraram décadas, que viraram fora-de-moda , que viraram lixo.
E não há quem possa lhes dar alta e muito menos o tão já
famoso eletrochoque. Ninguém mais põe o dedinho na tomada.Nem na consciência
(esta um adereço íntimo completamente obsoleto) Vê como é fácil adoecer?
Compreendo.
Lúcia
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