eletrochoque em qua 13/12/2006 16:43 Sociedade Hípica de Ribeirão Preto -SP BR


Cara Bibi
Uma das mais notáveis crônicas sobre a loucura do dia-a-dia eu li nas folhas da areca-bambu no spa manicômio hípica, a partir de 2000 (ou 1999, não tenho bem certeza) quando dois seres humanos resolveram ir atrás de tranqüilidade e segurança (incluindo aqui uns rega-bofes improvisados), a princípio sem nenhum princípio, principalmente nos finais de semana com muita cerveja e churrasco. Nada menos vegetariano que aqueles tempos, mas bem trôpegos e alegres. Alguns dos convivas, às vezes,  tinham que sair pelas janelas ou iam engatinhando para a casa, pois as condições físicas e humanas apelavam para tais posições. Outros entoavam hinos evangélhicos, como aquele refrão: Dê “brahma’ senhor, dê brahma’ senhor, porque a kaiser já acabou.... Muitos faziam o velho e bom retiro espiritual, deixando apenas o corpo em atividade etílica e pagã. Havia, sim, muitos momentos de quase total controle das emoções hormonais, principalmente às segundas-feiras pela manhã, mas não no banheiro. Com o passar dos anos, os portões se abriram ainda mais para novos proprietários, oriundos  de mais diversos circos e subúrbios em franca decadência. Com o livre-arbítrio à mercê de outros elementos fármacos-químicos, a vizinhança se tornou psico-ativa-compulsiva em melodias sertanejas (Fio de Cabelo,por exemplo) e em quebra-louças, gastando a herança emergente-ignorante em obras infindáveis e barulhentas por meses a fio, que viraram anos, que viraram décadas, que viraram fora-de-moda , que viraram lixo.
E não há quem possa lhes dar alta e muito menos o tão já famoso eletrochoque. Ninguém mais põe o dedinho na tomada.Nem na consciência (esta um adereço íntimo completamente obsoleto) Vê como é fácil adoecer?
Compreendo.
Lúcia

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