domingo, 28 de setembro de 2014

Hoje você me visita, quanta honra

Meu querido José

Sua presença  amiga
é como um abraço
Que me conforta
Mesmo estando ausente
Sua presença é um perfume
Que abre a porta
De memória benvinda
Antiga
Como um beijo
Da nossa convivência
parida
Que traz lembranças
Daquelas que nos fazem sorrir
Às vezes, chorar
Comovida
Meu querido José
Que jamais esqueço
Decerto
Sua ausência sentida
Por estar sempre tão perto
Por tanta vida
que me faz sentir
perante sua inexplicável
partida
agradeço


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Boa noite:cidades e estrelas, de quais luzes falamos

À vista
À noite
Quase não vemos mais estrelas
As luzes artificiais da cidade
As ofuscam
O que antes era uma visão arrebatadora
Agora
Uma ou outra é visível
Nos dá uma sensação aterradora
De estarmos sós
Que se esvazia ante abrigo futuro
Não há como olhar feito criança
Um céu particular e sonhador
Nada mais aparece no coração da alma
estrelado
Ao sondarmos visualmente o belo  infinito
Não chamamos mais
A Terra
Nosso berço para o Universo
Quando nos olhavam
Brilhantes, cálidas e intensas

As mães da Via Lactea

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A bola continua rolando...

Uniformes, chuteiras, 
cores e formas
Trânsito, obras, 
escudos e bandeiras

Como se fossem expressas
as vias
esportivas
brasileiras

Brasil é mais que gramado, 
arquibancadas
praia e areia
É mais que :
Um campinho de terra, tênis, pé descalço
Dedão que chuta alto a bola alheia
 dor, joelho esfolado, sonho almejado, sem livros e escola
 molejo, meia furada,
número 10,
meninos e meninas,
correndo
na bola, miram o gol e marcam no placar:
golaço!
É lancheira, boletim escolar,
cantina, vitamina, diploma

Somos nós, 
a voz 
que canta e trabalha
Faceira,  a capela,
na rasteira, que esfola a alma,
a outra carteira, geralmente vazia,
que cobra, marca, e o placar
não marca o medonho
jogo do zero
Mas, ainda oramos na prática
em campo
A oração do dia a dia :
sofrida
- vida brasileira.


sexta-feira, 4 de julho de 2014

O Ante-Ontem do Amanhã que vem

Não luto contra
Luto
um ano
sem
antes do ontem
e
depois do amanhã 
se foi
de férias
 inimagináveis para muitos
 e perfeitas para poucos,
amigo meu:
meu amigo
Zé Riviti
de  uma mesma cepa
a genial estirpe




sexta-feira, 6 de junho de 2014

A montanha do passeio

Vamos nós
escalando a cidade
o vento nos agrada
faz companhia
parece adivinhar
nossa harmonia
boas vindas
nos dizem os arredores
com seus jardins
de bons humores
Chegamos.
Ao abraço
de amor intenso
Não foi fácil
mas nos encontramos


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Nunca viu?...

 olhas 
aos olhares
transpareces
em  olhos
 teus
 olhando em olhares
meus
 pestanejares
velejas
ao olhar
enxergas
os meus
nos teus

domingo, 30 de março de 2014

Outono sem verão

Chove 
são
mansas gotas fininhas
as andorinhas
juntinhas
vão
se proteger
na janela vizinha

terça-feira, 4 de março de 2014

Odair: Eu até sabia para onde queria ir, agora não sei mais

Penso que meu éden já esteja lotado
um paraíso com fluxo e refluxo
via carteira de identidade
dia sim
dia não
anjos e demônios
e dá-lhes rodízio!
por terra, radar
por ar, turbulência
por água, tsunami
pelo fogo, apagão
Um amigo tomou a boleia do caminhão
Isso! Vá, amigo, vá!
me conte como anda a estrada
onde estão os radares
onde tem parada
qual a melhor paisagem
o que vale a pena visitar?
Você dizia: vosso.
Eu digo: teu!
Mas, na verdade, quero dizer
nós.
Onde podemos comer coxinha de frango e fazer xixi?
Entendi: podemos tomar cerveja?
Em Tiradentes MG restaurante Ora pro Nobis, 2012: Odair e Ritinha.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Titi, simples assim

Um apelido
pequeno, fácil, rápido, ágil
generoso
Sai na boca com a maior desenvoltura, 
como quem mora no coração e alma
para sempre
Foi quase minha segunda mãe -
a minha já havia ido embora anos antes,
prematuramente.
Titi, mãe de Bibi (Adriana) e Udelson, 
sei não o apelido dele
mas, forte, diferente, como o nome 
Filhos, ambos, belos. 
Ela se foi, nem me despedi
ainda.
Calma! Vou conseguir...
(homenagem à Noêmia Canova Simionato)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

60 anos contribuindo com o Planeta e aí?

Que se foda!
Meu trabalho,
meus impostos,
minha contribuição
minha ajuda voluntária
meu respeito
minhas crenças
Quem se importa? 
O Planeta?
Muito menos.
Após sessenta anos bem e mal vividos
durmo, pela primeira vez com este sutiã
aerado e frio
Que bênção.
nem bem coloquei meu corpo na cama
sob o ar aconchegantemente frio
me lembrei dos HERÓIS...
rígidos, potentes, fantasiados, mascarados,
que vivem e resolvem situações extremas
no humano.
Igual aos mascarados das ruas no Brasil
sem rumo, sem face, sem projeto, sem vida
sem pais, sem escola e sem FUTURO
Vamos rir. pois é isso mesmo. caminham para o abismo da política brasileira
e querem levar uma parcela ( bem ínfima, como eles)junto...
Sem noção de nada, só de agressão e violência...
Que bela escola.
Ah, volto ao meu ar condicionado.
Não Há efeito estufa e nem apagão!
vou dormir muito bem gargalhando.
Meu primeiro sutiã.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O que você vê, vê?


Pode ser que eu ainda chore
As lágrimas que vêm do nada
silenciosas
Até sorrindo
distraídas
secas e molhadas
porque não choro
apenas as penas
se  sobressaio às avencas
pressinto que  as lágrimas
vertidas, convertidas
me corrigem
ou costuram
como  desenham as violetas
e se eu fosse manequim
em
mangas, medidas,
poídas
talvez, ruins,
como belas se assemelham às tralhas
de camisas, camisetas, calças, bermudas
paramentalhas,
como frangalhas se vestem e se despem
sempre que algo as engastalha
Apenas sei que você se debruçaria em mim
Pegando, abraçando, como agulha e linha
Costurando a saudade
Ao perfume jasmim,
simples assim


(crédito: foto de autoria própria e dupla)





sábado, 1 de fevereiro de 2014

CAOS, nossa rotina de agora em diante

Você sabe o Caos?
Aquele  chato,
 maníaco,
cheio de seis dedos
que arrota, peida 
e aperta botões vermelhos,
dirige fusca 1970 nas auto estradas
e nas mini estradas
bebendo cerveja em lata?

Pois é, mudou-se para cá
Meu vizinho
Bate porta, 
cospe no chão,
 pára o carro em cima da faixa amarela
torce pro corinthians
Faz São Silvestre como se fosse o máximo
Sonha com Zona Sul
Talvez Los Angeles
Miami
por que todos os Caos gostam de Miami?
Os Caos gostam de qualquer lugar
desde que tenha café da manhã
e eles podem peidar e arrotar juntos


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

um bar que é 'fera'

Gosto de lugares bem cuidados
que oferecem um novo à antiga
e que têm o Luís: cuida do leite de onça
e o Brian: das mesas na calçada
e das fotos tipo: tira de mim aqui!
Gosto de lugares que nos recebem
bem; lugares
são saborosos, competentes e 
educados
cuja arte sai quentinha ou bem gelada
como é do gosto de alguém
A gente até se distrai


domingo, 26 de janeiro de 2014

Na boléia da 5a.D

Quase tudo 
Faço
Num abraço quase alheio
Ao meu
Repleto de cheio
De quem se nos serve-se de nós
Em recheio
gostoso
Sincero
Perfumado
aroma
de quem
faz parte de nosso
bioma
agora:
diga-se
Capaz até de vir simplesinho
Como um delicado beijo
Rápido e rasteiro
demorado
Espontâneo
Instantâneo
Melhor ainda
Na carona

De um carinho
extracontemporâneo
Quase tudo que fazemos
tem um fecho 
e desfecho=
chegamos e saímos
tipo: saio e chego
apressadamente
devagarinho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Tínhamos uma frase em 70: oi e tchau! Continua melhor...

Assim foi 2013
assim chegou 2014
havia 'uma turma', 
que virou trocadilho
havia vagas
até então vagamente sem nada
De repente, 
tudo se assentou e se acomodou
Deu certo
que nem de longe daria
e deu o trem nos trilhos
a brasa acesa
o gelo no freezer
flores, enfeites, presentes
caberia uma Van inteira
e adoraria
mais
se ocupassem mais lugares
os que me faltaram
Saúdo-os!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Amália ( escultura em madeira de uma gansa linda!)...uma Rodrigues falsa ou uma falsa Amália?, imagine cantando fados no Natal

Assim
Digna e ereta
posição correta
em destaque no salão
nada oval
da casa meio portuguesa
meio italiana
inteira fã
de frases inaudíveis
assim é o fado torturado
por frases que não consigo
ouvir
na garganta vocal de Amália verdadeira
mas, me surpreende que A OUÇO
NO CORAÇÃO, NAS VEIAS
NOS PELOS DOS BRAÇOS
ATÉ EM POSIÇÃO fetal...
rendeira
sim, eis Amália