quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um belo e simples consomeé ao repente da tarde

Ao abrir a geladeira
deparei-me com
tomates, batatas, chuchu,
batata doce branca
salsinha aos pares,
cebolas,
gengibre em demasia
uma pequena bacia de picadinhos minúsculos
variados de legumes
decorados:
cenoura, couve flor, brócolis
no armário
pimentas cravo,
louro,
azeite de ótima procedência,
e tantinhos a mais na imaginação
Solucionei a fome na chama familiar
herança de mãe
do fogão Dako sessentino
Palace Hotel
Mais ou menos assim:
uma cebola inteira cortada
em suas paralelas finas
gengibre ao murro
batatas inteiras
chuchu
devidamente limpos
descascados
então
ao azeite,
panela sob
chama ao léu tranquilo
até dourar
incluindo quase tudo,
por penúltimo
fatias grossas de batata doce
as sementes de tomates maduros
louro
pimenta sal grosso
tudo em pouquitos
mais os micro leguminados
água
só para cozimento no caldo marrom
Eleve-se aí a uns vinte minutos
bem observados
driblando delicadamente
aroma e cor.
Tomates fatiados grosseiramente
na finalização.
Surpreende-me
sempre
a harmonia dos ingredientes.
Por fim, o perfume de salsinhas
colhidas no canteiro de casa tiradentina,
cabinhos tenros e folhinhas rasgados
aos dedos de quem sabe saboreá-los
al dente.
O resultado ficou pronto para qualquer
senso irreverente.
Invente.