domingo, 19 de setembro de 2010

Ser humano praga, erva daninha de si

Por que elas só existem na lavoura?
Por que xingamos de câncer o que nos corrói?
Que desnome damos ao que destrói propriedades?
Pragas
Na escala ínfima da natureza,
constam ratos, baratas, insetos e répteis
Sem a mínima dignidade,
reles existentes insignificantes
como fungos, bactérias, vírus
ácaros, nematóides,
nocivos e causadores de dores imensuráveis,
o que é pior: prejuízo e morte
Nessa hierarquia perversa,
da patogenia invasora espontânea,
ei-los, os abomináveis,
monstros cruéis,
sorrateiros, muitas vezes,
invisíveis, portanto,
traiçoeiros...
Certo, comprovadamente, causam
terríveis infermidades
Mas, aqui também podemos falar das infernidades
estas provenientes, nada espontâneas,
de agentes bem conhecidos, visíveis e
igualmente nocivos; humanos e seus filhotes,
feito ratos, baratas e ervas daninhas,
vizinhos
Proliferam e crescem com a mesma fome voraz
e destrutiva
Um vai dando sequência, consequência
e vida longa (ou não) ao outro...

Bacia de Trevos intrínsecos e explícitos


Está despontando um novo aniversário


na memória umbelical
do ventre solar


prestes a parir


uma estação primavera


a data que volta


novinha em folhas


aos trevos de quatro folíolos


esparramados na bacia de barro


cerâmico


celebrando vésperas


de pleno aniversariante


faz-se o pedido


presente


concedido


em que almas


de rebentos em broto


solenemente


acrescentam água


terra


água


chama


como pipa aos quatro ventos


fazendo cócegas


borbulhantes


a cada dia 25


de setembro