segunda-feira, 30 de novembro de 2009

pizza: meio mussa e meio rela (sic Bibi Canova)

e assim caminha o DF
BRrrrrrr
os presidente
as candidata dele
Os ondura
Os obama
os 'Irânio'
os arruda
as desculpa
as meia
aqui em Ribeirão
ou Darcy
ou dercy....

emissão de balas às cegas com mira telescópica em braile

tatear
sondar
ligar o sonar
o radar
rastrear
sentir
ouvir
falar
responder
ajustar a mira
projetar
engatilhar
acionar
acertar o alvo
ou errar
o imaginável
e inimaginável

sábado, 28 de novembro de 2009

Penne à Marimbondos de Marialice

Receita simples
toda alternada de entremeios rápidos
que vão em sintonia com mãos
e ingredientes
muitos deles
no estalar de dedos
outros num piscar de olhos
e os demais
ao rufar dos tambores mentais
Na água de fervura do macarrão
adicione azeite orgânico e sal grosso
quantidades mínimas
Numa frigideira
à parte
reparta cebola cortada ao longo de suas entranhas
alho sem miolo
em lâminas
o mesmo azeite
vá lidando devagar
acrescente uvas passas
negras
castanhas do pará
quebradas
sem queimar
aspargos frescos
como gostar
deixe por abafar
em longos segundos
tampe e destampe
colher de pau
adicione vinho branco seco
rapidamente
o suficiente
umas partículas de louro
pimentas variadas e secas
como as da aroeira
roidas à mão
fiapos de dois queijos nobres
gorgonzola
holandês
com o penne ao dente
escorra seu líquido
reserve-o no mesmo
un peau
esparrame-o na frigideira
junto com tomates cerejas
desligue
e tampe.
abra um vinho tinto de sua preferência
bem seco e leve.
espere tudo amalgamar.
esbanje seu talento também
ao experimentar.
saboreie.
use seus truques
se os tiver.
nada perfeito
mas é de direito
o deleite
deste inventar...
respingue pimenta dedo de moça
chocolate amargo
ousar e babar...

O submundo aéreo do poeta,sem órgãos genitais, a não ser na mente ( e mente), catacumba sutil das asperezas do mundo em levitação...

Faz tempo que quero

lidar com este assunto sorumbático-

são enúmeros os abortos imaginários do pensamento lógico


(por causa, mesmo, dos tolinhos, aqueles que fazem xixi fora da privada e na cama, que acham que quem lida com o lixo é o lixeiro, que quem paga as contas é a mãe - em primeiro lugar - depois o pai, que ter filhos no planeta é uma condição natural da criatura e que todos adoram crianças dos outros e que os animais servem para ir para a panela ou churrascaria... e que celular é um bem de acesso irrestrito e onipresente)


vou para lá e para cá


ando de canto em canto

quadrado, redondo, oval, curvo

(desafinadamente)
e ainda não entendo

por que tanta gente

se sente pouco à vontade com poetas homens

poetas mulheres

os tais poesia e
poema in natura,
outros grosseiramente, como primatas,
vocalizam o beabá e outros dialetos recombinantes:

dizem, em todas as poucas letras, que somos um porre e tédio
e que apesar
da falta de rima de nossa existência atemporal,
nosso trabalho combina

e/ou não
Dá nó na cabeça
Dá dor de cabeça.
Argumentam (os bobinhos)

desde a tenra idade imbecil (que cresce no mesmo sentido):

o mundo tem coisas mais importantes :escola (que não frequentam e vandalizam), aprendizado (que não aprendem e desprezam), ginástica (que não praticam e lutam), vestibular (em que colam e querem passar a qualquer custo)
analfabetizado por ordem de matérias (não frequentam aulas e nada respeitam..),
execrando antecessores e autores consagrados,
artistas idolatrados ...
todos mortos em estantes públicas,
escolas oficiais e museus
Estalam estádios de esportes, praias, shows, bares e shoppings
para o swing capital de posses nada amealhadas,
são mesadas domésticas, ou seja, pagam para esses coiós se darem bem na lida...
Sem dúvida,
a preguiça mental do novo mundo leva ao
(dizem ser herança daquele troca-troca perene e pouco cristão de europeus e nativos sul-americanos)
ato de que pensar (dói...)
não lhes cabe
a não ser o copular

Uns não teem chão
outros, espaço
muitos nem sequer
se encontram sob seus luares
nem céus
cegam-se aos seus sóis
milhares os desprezam
pela singeleza da agonia
centenas os abominam
por serem entranhas sem sinfonia
que
estancam sangue
em plena sangria


são o cadafalso da alegria


dormem no colo rarefeito


da teoria


sufocam o dia a dia


nem sequer se dão conta


na maresia


dos poentes


dormentes que encenam


a vida vazia


em pretensa calmaria


Não leem a tempestade


da heresia


cobrem-se de adornos


e trapos


para proteger-se de sua


água fria


calam a fome


com a iguaria da palavra


semântica


dialética


nos termos que só de lê-la


se estrupia


e curam as feridas da loucura


apenas com poesia


Mas, é de dentro que se olha


e isso


a normalidade em curso


alheia às anomalias


prefere pular de cabeça


na súbita ascenção


do que mais a ela


abismia....
A porcaria dos que se dizem
aleutas do conhecimento
capsulam mentes jovens ou em conflito
e com os obladis obladás
seguem o rock 'an 'roll
back off!
sacou?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A arte de subverter dá no que dá: leviatã

Ah, não se impressione
já acordamos
sóbrios pela manhã
lá se foi a noite
sonhos
pesadelos
agora
face to face
com o sol 40 graus
debaixo do qual
qualquer medo
se liquefaz
como mofo
piche
somos seus disformes
em buzinas
arranques
freadas
tilintares
ralados
a um custo enorme
já que a humanidade
agora
propaga seu preço
sem avessos
às claras
nem os mortos jazem em paz
vivos, jamais
Penso
atreva-se ao começo

'The thunderdome' chega aos 70

Anna Mae Bullock,
a pernuda Tina Turner
fez muita gente rebolar
gostosamente
e querer ser, como eu,
uma de suas back vocals.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dou meu pé eunuco à palmatória

Minhas frases antigas
sentenciavam frases contundidas:
a natureza é despótica
ou
a tirania doméstica
ou
baú sem fundo
de poucas memórias
ou
síndrome da vítima
ou
eu tenho janelaaaiii....
ou
por menos 500 mil dólares sou inflexível...
Sessentinas, setentinas, oitentinas
novenas
jazem
criam capim
musgo
pasto
mato
heras
mofo
pierrots e arlequins
deveras
oras
certamente
eu sei onde está localizada
geograficamente
minha fonte
de desprazer
mas não sei
como desanuviar
a visão de quem diz
ler
e o faz sem ver...
tento
eis meu alento
insignificantemente...
dar cabo
da transformação infeliz.
Tipo: errei de matriz.

Que se dane quem se me engane, não sabe a distância entre um universo e outro, erra-se

Mudanças
bagagens
amperagens
voltagem
miragem
carregam seus milagres
difíceis de acontecer
até que acontecem
se tecem de misérias e flores
na maior riqueza da coragem
impossíveis de crescer
se não há uma interação
entre mim e você
tolamente (sic)
altero rotas
rodo no brejo
piso em falso
afundo até o pescoço
e só de pura sacanagem
escreve em minha testa
todas as bobagens
nuas de apropriada
linguagem
você
não passo a borracha
eis
a diferença
das personagens
que roem nossos
próprios
ossos

Ribeirão do sono gelado de pavor

Espreguiço-me
e dou nó as costelas
um abraço ínfimo
e vai pro espaço
anos de foro íntimo
ilibado nas melhores escolas
como brinco de argolas
pedrarias e ouro
na gaiola da civilidade
imposta e artificial
sem garantias de sair ilesa
não tenho asas de anjo
nem colo
que me acode nas tempestades
quando a luz se apaga
e troveja um som estremecedor
ainda acesa
estou no cabresto
da fila tesa
de gente
que vai direto ao matadouro
se estou pronta?
não.
nem um pouco.
Faço de conta

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Chorar pitangas 'in' brodo

Tenho amores


como santos de devoção.


Rezo, brigo,


por que não?


Banham minha alma


com água e sabão.


Um é moreno


outro branquelo


aquele mais um cascudo.


Caso com meus ninhos


faço meus alcochoados


de espinhos
macios
em idiomas
feito uvas


domingo, 22 de novembro de 2009

Casa, então, em pé,demonstra que ainda é preciso saber como ficar de pé....

Afinal, como em qualquer história normal
te encontrei
nos apresentamos
até ensaiamos uma dança primitiva
gestual, verbial,
alegórica, em par,
cada qual,
tímida e desconfiada, como é banal
entre seres de primeira viagem
apesar de marinheiras
de tantas águas e mágoas
na voragem existencial.
Fugimos do arrependimento
e de relacionamentos
ao âmbito frugal
animal,
metabólico
do basal
até cairmos exaustas
na página central
e fui de mala e cuia
sem jeito
para sua vida
e você veio
do mesmo jeito para a minha
cerzimos nossos retalhos
como novos agasalhos
finos, com votos de saúde e plenitude
na coragem dos que
nem sonham com uma abordagem
que não tenha algo de celestial.
Tudo que eu precisava era de boasvindas
palavras generosas
acarinhadas
amistosas
palavras e gestos amorosos
que alçam seu próprio vôo
em asas de pássaros
borboletas
frágeis e seguras
que sabem o que levam adiante
tranquilamente
entrei em casa
com centenas de livros
de mão e cabeça
quilos de vestes
dentro e fora de mim
gostos no prato e no copo
sabores do estrear e experimentar
mas, eu só queria ouvir a verbalização
das batidas do coração
amar e amar
e ouvir todos os dias
a musicalidade
da palavra querida
que diz tudo
sem mesmo ser ouvida
errar e não ser punida
acertar e não ser referida
navegar a excelência da vida
Minha casa construida
em pilares de armistício
no bálsamo para feridas
lambidas pelo hálito
não pelo hábito
desguarnecida
se não pelo primordial
aquecida.
Ouvir todo santo dia
querida.
Apenas e somente
o que faz
seguramente
meu cerne e alma
contentes
como um amém
depois que se sabe a oração
completamente.
O resto?
Não me presto a ele,
a não ser com o abraço
de aço
em atitude
correspondida...
Constrói-se, sim,
ao nos construirmos
também, assim.

O Contínuo Ciclo Quadrado do Estertor da Ignorância

(à noite sob a bacia da lua em Tiradentes-MG)
Ao lado, o vizinho se mostra
ao som de um violão
dedilhado num solo matreiro
com a habilidade de um virtuose
exposta
feito fratura que põe
à mostra
suas partituras pessoais
num bordado de harmonias
digitais
incógnito (nem tanto, é o Totonho)
à rua, circulantes sorrateiros
aqueles esmagados
pela letra, verbo e solfejo
- lá eles vomitam seus pés de sucupira
existencial.
deixam marcas de cotovelos
anais
nas carteiras escolares.
A lua num sublime e aterrador anel
levanta em luz
o recorte da serra
grosseiro de nascença
- soberanas
em uma bacia esguia
de imprevisível geometria,
brilhantes no céu.
porte real.
A ignorância mora em toda parte
não apenas no suburbano.
Mora no declínio obtuso
dos arredores,
então, dicto e feito,
domesticados, aliás, civilizados.
Ainda criam galinhas no quintal
e destroçam o pescoço do frango
com a mãos geladas da fome.
Também desmatam florestas
para boi comer capim
e enfeitar espetos,
esposa criar jardim,
moleque dar tibum em piscina,
nene dandar com babá ecológica.
Todos devem cagar sua cota em carbono.
Mas, francamente,
quem se importa com esse
arremedo de gente?
Conjuga-se perfeitamente
a mesa farta de ironias
- iguarias de quem
experimentou o seio
cheio.
E é fatal.
Exercita-se o regurgitar
da soberba
na sarjeta: cão ou laia
vai ter sobremesa...
Um dos dois vai arder
na correnteza de todas
as pobrezas...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Praxis e Preghiere


Por que



oramos à pratica



e não praticamos ?



Falamos e não nos ouvimos



embora a distância



entre um e outro seja mínima.


Quem é você?


Eu sou


ora...,


você.


Pois, me dera,


nem tanto.


Agora,


por exemplo,


ouço Amy,


bebo champagne,


meus pelos se arrepiam


com as péssimas notícias


da Itália Transexual ,


do meu time Palmeiras


(aquele, palestra,


agora, que bosta,


que horror!!!)


Parece ruim,


mas, não estão


no ápice, pior mesmo


- mirem seus reflexivos órgãos


dianteiros:


tsunami em SC,


tornado em Ribeirão Preto,


40 graus no Sudeste.


No meu pórtico


passam um a um


Acho melhor


se cuidarem.


Não passa, não.


Se Não forem


os que estiveram


à míngua


de tudo que é


em vão....


















terça-feira, 17 de novembro de 2009

mangiatoia


água

sal


capim


sombra


linho


couro


madeira


estrela


incenso


ouro


mirra


trigo


vinho


azeitona


cordeiro


pedra


no olho


do vizinho
















Tudo está lá fora aqui dentro

Deito-me e digo:
- amanhã farei tudo que é preciso
Acordo e falo:
- amanhã farei o que não consigo
hoje
E sigo
com o dia lá fora
aqui dentro comigo
como se fosse
um amigo
sem saber
que cada minuto
dessa hora
acontece
também
no
prato
do inimigo
sem o mínimo
pudor
de estar
bem ou mau servido
É assim
dar conta de tudo
no futuro
se o tudo nem se dá conta de mim?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Interior aos recônditos 60' se não fosse agora

Grilos

aleluias

borboletinhas

besouros

ao som fantasmagórico

de uma

vozinha forte

de Dinah Washington

ao fundo

de numa noite

e seus coriscos

ao ilusório

na rua, jaz em pleno movimento

a partenogênese

quente e grudenta

vadia em cães,

gatos,

pulgas,

carrapatos

um papel de bala

sujo

na sarjeta

uma penca de erva daninha

toco de cigarro em série

pedriscos

de sapato chulé

um treco

de existência
sedenta
arranha a memória
vazia
chia
feito casa assombrada
e fria
qual porão de navio
pirata
que balança no revolto
crespo
da tempestade sombria
é madrugada
sem companhia
até
teias aracnideas
desenhando a face
urbana
de periferia
sem impasse
como um jardim de mato
prestes
a ser degolado
pelo cortador de grama....











Gueguê,codinome Greta Garbo, com olhinhos de jaboticaba


te conheci e te amei
também ao seu fiel escudeiro
orelhudo
imediatamente à sua 'mãe'
humana
você
díspare nos pares

guerreira suave

botequeira

doce do planeta

carinhos sutis

como sutil é sua existência

dentes afiados

à mostra no momento preciso

como um sorriso

clara às claras

pedacinho de sol

um afago

de rabo

abana meus temores

um balançar de orelhas

brisa como beijo

para os olhos

Gueguê

que mundo cão

para você

tão rueira

tão companheira

patinhas

como asas de anjo

libélula

recuse esse caminho

como destino

seja a matéria

dos seres de crédula

luz

terça-feira, 10 de novembro de 2009

aos humanos de plantão

em algumas regiões do mundo
neva para um prenúncio de natal
aqui chove
e é um aguaceiro com luz
diferente
refresca, rega, lava a tarde,
levanta a noite
para mim o anúncio de novembro
com esta chuva já é dezembro
sinto o cheiro no ar
das energias de final de ano
sei que milhares
já estão com as mão ocupadas
para suprirem o tormento
pungente
dos que, aos milhões,
nem sequer se dão
ao prazer, simbólico ou não,
deste aniversário ocidental,
oriental,
de um ciclo que se fecha e se abre
sem a mínima noção
gosto, sim, de finais
que traduzem transição, passagem,
milhagem,
revigoração,
outras portas se abrem
ao gosto sim e não
ao verbo
à linguagem
à bobagem
à miragem
Natal sou eu
como diz Canova
em aniversários
nascemos, comemoramos,
rendemos,
estragamos com agrados
um prato do dia,
à mercê de banana
com melancia,
adicionando um cardápio diferenciado
champagne, fogos, castanhas
figos, mexilhões
folclórico
arroz, peixe, farofa crocante,
sinos, música,
vida nova
celebrada
com uma paridade
desigualada
à regência do sacrifício
à alegria do tocante
compartilhar
de cada um
somos
então
o plantão
de humanidade

domingo, 8 de novembro de 2009

não somos árvores,apenas pluriformances


e ainda assim


fincamos pé


não arredamos


do osso


sedimentamos


planos e sonhos


com areia, cimento


cal


alimentamos raizes


com pneus, motor


gasolina


elásticos



'voamos'



não saimos de onde estamos


presos



aos ferros das tarefas



movimentamos


à edificação do esmo


habitamos


em peso


temos até


marcha à ré


imaginamos


que nosso ser é o tal












quarta-feira, 4 de novembro de 2009

oito minutos e 18 segundos para cozinhar sua pobre matéria humana


que brilho intenso...



dá cor aos branquelos



realça a tez pálida


derrama toneladas de


raios



como bálsamo ácido



embaça retinas




sem a proteção




aos raios UVA e UVB




tem um sopro de vulcão



para tirar ciscos da atmosfera



revigora a energia



dos seres


murchando-os



ou torrando-os


conforme o humor


do dia



acorda o que adormece



em todas as formas


capaz de derreter


miolos


e são esses


que dizem


que as emanações


cotidianas


de seu poder


estão em perfeito


acordo com


as estações...



















terça-feira, 3 de novembro de 2009

Aos borbotões de ventos

Joga-me fora de dentro
do teu colo
ainda que me desfaça
ao tatear
tua couraça
- nada de estanho
ouro
cobre
prata -
és um reles
cristal perfeito
translúcido
danças
dependurada
com os cotovelos
na sacada
o vento
levanta
e assovia
tua regata
nada recatada
pensas?