quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dou meu pé eunuco à palmatória

Minhas frases antigas
sentenciavam frases contundidas:
a natureza é despótica
ou
a tirania doméstica
ou
baú sem fundo
de poucas memórias
ou
síndrome da vítima
ou
eu tenho janelaaaiii....
ou
por menos 500 mil dólares sou inflexível...
Sessentinas, setentinas, oitentinas
novenas
jazem
criam capim
musgo
pasto
mato
heras
mofo
pierrots e arlequins
deveras
oras
certamente
eu sei onde está localizada
geograficamente
minha fonte
de desprazer
mas não sei
como desanuviar
a visão de quem diz
ler
e o faz sem ver...
tento
eis meu alento
insignificantemente...
dar cabo
da transformação infeliz.
Tipo: errei de matriz.

Que se dane quem se me engane, não sabe a distância entre um universo e outro, erra-se

Mudanças
bagagens
amperagens
voltagem
miragem
carregam seus milagres
difíceis de acontecer
até que acontecem
se tecem de misérias e flores
na maior riqueza da coragem
impossíveis de crescer
se não há uma interação
entre mim e você
tolamente (sic)
altero rotas
rodo no brejo
piso em falso
afundo até o pescoço
e só de pura sacanagem
escreve em minha testa
todas as bobagens
nuas de apropriada
linguagem
você
não passo a borracha
eis
a diferença
das personagens
que roem nossos
próprios
ossos

Ribeirão do sono gelado de pavor

Espreguiço-me
e dou nó as costelas
um abraço ínfimo
e vai pro espaço
anos de foro íntimo
ilibado nas melhores escolas
como brinco de argolas
pedrarias e ouro
na gaiola da civilidade
imposta e artificial
sem garantias de sair ilesa
não tenho asas de anjo
nem colo
que me acode nas tempestades
quando a luz se apaga
e troveja um som estremecedor
ainda acesa
estou no cabresto
da fila tesa
de gente
que vai direto ao matadouro
se estou pronta?
não.
nem um pouco.
Faço de conta