terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cócegas das estrelas...

Tenho  grandes amigos
a contar nos dedos
há mais de trinta anos aqui
e eles me fazem rir 
a todo momento
gargalhar na realidade
em que nos falamos 
às vezes
e raramente nos encontramos
mas nos vemos
com olhos que a maioria não se vê
Não tenho explicação
São amizades que transcendem o tempo
o universo
a vivência 
a convivência
a natureza
Porque nem precisamos falar
apenas emitimos sons
das palavras
alegremente pronunciadas
É natural
espontâneo
visceral
nada mais falamos fora do escopo realidade
ainda assim extrapolamos
só rimos
porque nos é dada
a verdade
com a qual nos
fazem cócegas
as estrelas...

Como as nuvens no céu de verão inquieto

são densas as tuas mãos
macias
que acariciam e tocam mais que o coração
são tensas as tuas palavras
as esvazia
de farpas que arranham mais que a emoção
podias chover mais
e não porque é só verão
podias jorrar mais
e não porque é apenas verão
podias mais
e não por que sois tuas mãos
é porque cai a garoa em pleno final de janeiro
em Ribeirão
mesmo cuidadas
minhas plantas não sobreviverão
nem sei como será fevereiro
carnaval, 
aí vem março
olhar as nuvens, olhar os humanos
que fazem parte do que 
então?
tuas palmas
em quais das duas acreditarão?