quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cotinha, beleza de pessoa, 'boa viagem' ...

Não vou esquecer
Cotinha, 
acotovelada no muro pequeno
olhando a Serra  São José,
monumental
e a rua Sabará
em Tiradentes- MG
Tossindo  às seis da manhã
Seu fogão à lenha,
Risonha
Com o  fiel Pierre, cão,
Mãe de todas as desgraças  
e bênçãos
Minha referência de entrada e saída
Em casa mineira
Perguntava a ela: vou a São João Del Rei
Que alguma coisa?
Ela: não: boa viagem!
Cotinha
Vou a Ribeirão Preto
Quer alguma coisa?
Ela, sorrindo: não, Boa  viagem....


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Leilão das almas

Escrevi outro dia:
 quero ir embora da minha vida
Dias antes havia escrito: 
quantas decepções suportamos para um mesmo final? 
Ou 
Quantos finais carregamos para uma mesma decepção?
Na verdade, ando meio cansada de ver meus sonhos realizados nos outros.
Fui embora?
Não.
Continuo aqui.
Colecionando.
Olhando para trás
posso contar uma linda e rápida história
Amarga e doce.
E assinar embaixo
mesmo acima delas.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A idade do nosso tempo, quem sabe?


I
Ao se apaixonarem
Enquanto estiverem juntos
Amalgamados
untados
Fiquem junto à vontade
Não atados, apenas ligados
Por um fio de esperança
Façam quase perfeita a unidade
Lado a lado, como quadrados
Como se a Física não existisse
E, se existe, façam a Química,
A Matemática, a Geometria,
A Geografia da mínima confiança
Que se conquista
E se não bastassem, façam de tudo
Para não fazerem porcaria
Porque é
Por um nó ou outro
Da imaterialidade
que se jogam os dados da realidade


II
Sempre gostei
Amei, detestei, odiei
Com sinceridade
Vivi de verdade
Até que o momento se foi
Vívido, independente, carente,
interdependente
E...
Acabou
Zerou o cronômetro da falsidade
Não pudemos mais
Lutar contra a efemeridade


III
Vivemos, sofremos, choramos. rimos
esses argumentos nos mostraram
que o tudo não é capaz
De  nos ligarmos à eternidade


IV
Alguns outros amores
Tivemos
gostosos embaraços
Mas nem laços fizemos


V
Amar novamente?
Aí está a simples
Complexidade...
certamente




domingo, 5 de maio de 2013

Não reaja!, diz a voz da covardia e da omissão

Somos assaltados e violentados
Vem a 'autoridade' legal e diz : não reaja!
O que isso traduz,
dentro do universo hostil à sua vida social e individual?
Que essa 'autoridade' está sem eira nem beira
e nem sabe o que está fazendo no cargo
Mas, está sendo paga para não fazer nada
-protegida
e com a voz horripilante de 'comando'
E somos tão estúpidos que acreditamos!
Por isso, morremos em essência.
Capados e aviltados.
Massa mole, moldada em confeitos.
Não reaja!, senão o cabresto se solta
e seremos capazes de conduzir a nossa própria vida!