sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Chuva passageira no itinerante expresso tempo

Amanhece sem muita estanheza
o dia
a costumeira sentinela crespa
da madrugada
desfia
acesa

os bigodes da cozinheira vesga
na chaleira compasiva
dos minutos continuamente
 lavam as nuvens
na pia
A manhã cede passagem à brisa
al dente
raspas da noite na panela quente
do noroeste
espia
e a cidade acorda devagar

os contornos altos e baixos em plaina

de pouca ventania

estalam de preguiça
no banho de água fria
despudoradamente