Zona sul em Ribeirão Preto
SP/BR
camisetas de grife
estampam mensagens
quaisquer
Do alto ao térreo
tênis luminosos
e suas plataformas de decolagem
para a largada do rebanho:
moradores em bando dissimuladoandam do mesmo jeito apressado,
correm pelas avenidas
para ganhar do colesterol, impotência,
gordura localizada, depressão.
Em suma, infelicidade e fracasso.
Mesmo aqueles 'em alta,
vão atrás da 'saúde do milênio 21'
gordos, magros, assustados,
nem sabem o que fazer
Correr, correr, correr,
na moda de viver
Lá em casa,
fazemos o sofá em dueto com o cachorro
água gelada, vinho
café, canela, chocolate amargodevagar
caminhamos,sim, por aí,frequentamos becos e buracos,
fronteiras, altos e baixos,
humm...and so?
abrimos janelas
às vezes, a porta
e deixamos o perfume de auras
rondar corredores (outros)
Ligamos a TV a cabo
acendemos o cigarro (e incensos)- são perfumados
Baforamos a semanaque não nos mete medo
Na cozinha-sala, um variadocardápio molecular de idéias
Vasos plantados
na sacada
a postos como livros
- cultivados e apreendidos
Já é calor de novo.
Sexta-feira,
a noite cresce
Urbanos noturnos
migram para bares, botecos, baladaoutros babados
Voltam sem rumo
bêbados, chapados
mamados, cheirados
Chegam, sim, a algum lugar
Sei lá
Ah, e os óculos escuros?!...
Cada vez maiores
até mesmo à noite.
Não se escondem, apenas impossibilitam que vejam
a si mesmos. Óbvio e daí?
E continua assim a famosa Zona Sul
ilhada nos muros , em oásis de areia concreta
ladeada de palmeiras oníricas
como as suites
Lá fora , um éden fictício:
jardins sem bancos...