sexta-feira, 17 de julho de 2009

Lua, tua luz de prata escancara a Terra em pele e osso


Aqui jaz o 'planeta azul'

Éramos uma família

ao redor da mesa farta

descalços pelo quintal

cheio de árvores, horta e frutas.

Dava para ver os peixes

nos riachos transbordantes

Brincávamos nas ruas

a escola, de giz e lousa,

diplomava pela assiduidade

e estudo.

Quem não passava, ficava.

Repetia o ano.

Os livros despencavam das estantes.

Doença era rara

velhice um dom

dinheiro o suficiente

com trabalho no duro.

A cidade comungava

na missa aos domingos.

Sermão?

Só o do padre,

ainda assim,

a turma bocejava.

Nem tufão, nem furacão

Nem barbaridade.

Existia, sim,

como também o ideal

e o sonho.

Coisa ruim era do chucro,

do analfabeto,

daquele que não sabia

e não aprendia a lição.

Existia vergonha na cara.

A ousadia era de quem

ia mais que podia,

além.

Que pena.

Aqui jazemos.

Quem chorará por nós?












vá às favas


Feijão fava

rajado

de branco e vermelho

uns falam de lima,

pego e 'cascado' no sítio

rio-pardense,

uma noite de molho

- dobra de tamanho

No dia seguinte,

o cozimento na água

com louro

A espera se faz com

Saint Lambert

extra brut

uns dizem vinho espumoso,

porque tem mais

Para combinar

mingau de fubá ,

giló, quiabo

molengos, macios

verdolengos,

um menu de achados

mineiros,

que leva gengibre, cebola e alho

Arroz cateto, integral

tudo ao molho especial

da linguiça de Dumont

bem cozida

desmanchando-se

na frigideira de teflon

com baba de azeite

e pimenta dedo de moça.

Sempre pouco sal.

Combina, sim,

enfim,

se você faz da roça

um manjar de

atiçar a boca espiritual.