sábado, 2 de maio de 2009

? te quedas?



pois, sou uma boneka.

estava à beira de um baldio

catando lixo

no estômago magro

vazio

o lombo desgrenhado

bicho

que de ternura

só o cio:

lambia coices e solas

ainda assim,

humilde.

Eis-me, agora,

olhe para mim.

Num oásis humano,

não passo fome

nem frio.





equi nócios....



Canta tua insensatez

desenhe teu semblante

diante da falsa morbidez

rascunhe tua sombra

não a esconda

em raro desplante

Às 4 da manhã, na sacada, acendo o cigarro


um saxofone faz o solo

do anoitecer

e, madrugada, soa para

que os bêbados

de ruas não dormentes,

sem sono,

sigam para casa

sem se perder....

Garrafas náufragas de letras à deriva: eis o destino imaginado de um porto ignorado

Águas marinheiras
Na cheia inquieta das ondas
o murmúrio incessante do mar
inconformado
Leia as luas e estrelas
com a mente nua
Um farol distante
mantém um pressuposto
aconchegado.

Vidraça de luz

Tenho alguém à sua porta
Espio de longe sua janela
Você pensa que me vê
Mas, eu é que vejo
você.