quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entrelaçados

Há quanto tempo
não andamos de mãos dadas?
Não abraçamos alguém 
com sinceridade
apertamos  corpos
ouvimos corações
nada desses beijinhos sonsos
face a face
costumeiros
que estalam feito muxoxos
treinados
como tantos por aí
nada de tapões 
nas costas
= os medrosos do afeto=
que medo de encarar
a vida!
ou a mão estendida
aberta e mole...
Vamos!
mãos dadas
ao tempo
 o contato
olhar nos olhos
dos olhos que nos olham
cheirar o hálito
a pele
a roupa
isso: 
ao se desmascarar
réptil,
lastro
verdadeiro perfume
ou 
o odor
apodrecido
do engano?
me dê sua mão...




Velas de Mel



Acendo uma,
 seja bem vista 
 com  aroma 
 as abelhas amam.
 Mesmo acordar sem noção, 
um café  na hora,
 leva embora a sensação
não faz sentido. 
Como olhar o chaveiro: 
 um golfinho dourado.
 Desde 
 Beatles 
cantando no telhado, 
todo mundo agora 
acha que pode também.
 A chama mel.
 Quem sabe,
 abelhas não se enganam.
A baleia do tempo azul, 
cauda fora d água, 
 em direção à estrela sul.
 Agora 
o sol brilhante 
 quase meio dia 
lá fora. 
Cresce mais a rama de hortelã,
 espicha o manjericão, 
samambaias novas
 muito verdes, 
cortininha de dinheiro em penca.
Só rezar um pai nosso
amém.
Gosto de Ave Maria
mantras
sabe, não?
ignorante.