Conheço vários casais
e pares
que preferem estar mal acompanhados
a estarem bem à sós
A companhia de outrem
no dia a dia
os ilude
dá-lhes conforto social e imoral
mesmo compartilhando
a cumplicidade de um privativo
azedo e estressante
cotidiano
parecem sócios de um desmazelo
envernizado quando saem às ruas
Coisa velha, antiga
que os une em
covardia
ante uma possível insólita
solidão
corajosa
frota escura de mal-amados
Mas, que bela luz
como a de um dia
de outono
- maio -
talvez
uma noite de inverno coalhada de estrelas,
é a que tem a própria
intragável
companhia,
mas, pelo menos,
é sua