terça-feira, 10 de novembro de 2009

aos humanos de plantão

em algumas regiões do mundo
neva para um prenúncio de natal
aqui chove
e é um aguaceiro com luz
diferente
refresca, rega, lava a tarde,
levanta a noite
para mim o anúncio de novembro
com esta chuva já é dezembro
sinto o cheiro no ar
das energias de final de ano
sei que milhares
já estão com as mão ocupadas
para suprirem o tormento
pungente
dos que, aos milhões,
nem sequer se dão
ao prazer, simbólico ou não,
deste aniversário ocidental,
oriental,
de um ciclo que se fecha e se abre
sem a mínima noção
gosto, sim, de finais
que traduzem transição, passagem,
milhagem,
revigoração,
outras portas se abrem
ao gosto sim e não
ao verbo
à linguagem
à bobagem
à miragem
Natal sou eu
como diz Canova
em aniversários
nascemos, comemoramos,
rendemos,
estragamos com agrados
um prato do dia,
à mercê de banana
com melancia,
adicionando um cardápio diferenciado
champagne, fogos, castanhas
figos, mexilhões
folclórico
arroz, peixe, farofa crocante,
sinos, música,
vida nova
celebrada
com uma paridade
desigualada
à regência do sacrifício
à alegria do tocante
compartilhar
de cada um
somos
então
o plantão
de humanidade