domingo, 24 de janeiro de 2010

Realejo de Blues and Jazz for 'Hivich'

Desembrulhe um ambiente
em papel de seda
purpura

recheado de poeira cosmica

em que orbitam

languidas criaturesas,

de reinos sem pantano,

apenas almas liricas

que fazem da lama melodica

mascaras de beleza

reluzentes,

rebolando.


De quebra,

curam a ressaca com


cataplasmas de cataclisma,


para a cutis viscejar,


realçar pálpebras de kripton,


sob olhares de viés em neon,
que piscam begonias esverdeadas


- o cérebro carnudo,
tricota pensamentos


em

batom rouge,


entoando madrugadas

nos muros com

unhas de guache,


enquanto a

lingua de puro malte
e nicotina,
desenha frases gregorianas,


feito estilhete recortando

vitrais humanos


em

capsulas espaciais:
ei-lo,
no disfarce de Afrodite,
pigarreando improperios e profecias quotidianas
lilases
em asas de aleluias
no Largo do Arouche.