Desembrulhe um ambiente
em papel de seda
purpura
recheado de poeira cosmica
em que orbitam
languidas criaturesas,
de reinos sem pantano,
apenas almas liricas
que fazem da lama melodica
mascaras de beleza
reluzentes,
rebolando.
De quebra,
curam a ressaca com
cataplasmas de cataclisma,
para a cutis viscejar,
realçar pálpebras de kripton,
sob olhares de viés em neon,
que piscam begonias esverdeadas
- o cérebro carnudo,
tricota pensamentos
em
batom rouge,
entoando madrugadas
nos muros com
unhas de guache,
enquanto a
lingua de puro malte
e nicotina,
desenha frases gregorianas,
feito estilhete recortando
vitrais humanos
em
capsulas espaciais:
ei-lo,
no disfarce de Afrodite,
pigarreando improperios e profecias quotidianas
lilases
em asas de aleluias
no Largo do Arouche.