sábado, 12 de dezembro de 2009

Ei-la, solidão lunar, odor da noite

não é aquela de sondar
temer
imaginar
nem querer
é aquela centímetra
que põe nosso ser às cegas
claramente
quando queremos vaguear
e tropeçamos
sem a nossa bengala emocional
e seus truques de naipes
de peças xadrez
nos expõe à surdez
de seu nu reluzente
nossa idéia mínima
de que é intrínseca
a ferida
sob uma tênue luz
se machuca
mais
quando a lua gestacional
se liquefaz

A Beleza das Águas

Se bebe
se banha
se sonha
se vive
se sabes a água
sabes
que também a descreve
a margem

Pós-histórias tortas e equivocadas

Pouco depois
de todas as idades
estão ao relento
os intocáveis
da humanidade
que, agora, se calam
Desalmados, pois.
Tateemos nossos
corações
e os veremos
malditos
eles se vão
com malas e histórias curtas
Eis a visão da visagem
Abre-se o portão
a passagem nem sempre
se faz de forma tranquila
há bagagem
que ficará pesando no caminho
Por que?
Há muita roupagem
para uma só
personagem