quinta-feira, 6 de maio de 2010

Minha mãe e Roberto Carlos

Hoje faz 34 anos que minha mãe Alice se foi
Também era quase véspera do Dia das Mães
Lembro-me de muitos anos depois de sua partida para sei lá que dimensões
de sonhar com ela e com a música de Roberto e Erasmo
Como é grande o meu amor por você
Ela me foi cantada do começo ao fim
por uma voz, talvez minha mesmo
ou sei lá de quem
Na época, fiquei meio patsa
mas, é próprio de quem sustenta-se
nos horrores e prazeres da vida
dobrando vértebra por vértebra
para não pisar no charco e afundar
Hoje, a salvo da sonsa idéia de perigo
vivo com esta lembrança
a cada aniversário de minha mãe
em seus aniversários.
Nada tenho a falar sobre ela
mas, eu tenho tanto prá lhe falar
mas com palavras não sei dizer...

Quem vai estapear o boneco de piche?

O Financial Times destila duras e irônicas considerações sobre o Brasil



fala em incompetência para gerir e solucionar problemas de infraestrutura



habitação, violência, copa de 2014 etc etc



Nada que não saibamos.



Também ficaria preocupada se tivéssemos vizinhos



como a Grécia, Portugal, Espanha,
Irlanda, Itália e Alemanha,


e me olhando de cima aquele tal de nome impronunciável


vulcão islandês...


Não, não vamos apelar lembrando Jean Charles
Estamos falando, no momento, de economia e suas bolhas
nesses países.
Brasil?
Ora, Brasil é o Brasil. Sem comparações.


Os ingleses, ora, são ingleses

Interessante que o artigo da FT passou debaixo dos cílios da grande mídia
e se perdeu em alguma lente de contato ou na lixeira
Hummm, com tantas matérias eleitoreiras e futebolísticas...







Novos fenômenos

(foto/Terra)
Ágeis, alegres, quase dançantes

ariscos e lisos, magrelos

que mudam de direção tão rapidamente

que é quase impossível fisgá-los no anzol

e ainda fazem gols

Peixinhos espertos

criativos

fenomenais
À la Darwin
foram à terra gramada e calaram até o bico arrogante do galo

Uma rua solitária com berros cavernosos em solidão à noite

(foto/Terra)
Era o jogo entre Corinthians e Flamengo

Nos dois primeiros gols da partida

uma ou duas gargantas urravam Gol, ...
acrescido de palavrões
lançados raivosamente

esticando-se aos decibéis máximos das cordas vocais

enquanto a vizinhança quietamente dormia

ou apenas fazia um sono chegar

Era mais possante o silêncio da cidade

Em algum bairro mais distante, magro foguetório

Calou-se o brado solitário e animalesco na segunda etapa da peleja.

Talvez, o homem da caverna não pode ouvir mais seu próprio eco

olhando a TV LCD 42 polegadas de derrota e frustração ultra moderna.

Latas de cerveja amassadas entre os dedos neanderthals

arrotos azedos

gases, azia, provocados pelos vitoriosos e ácidos 2 a 1

que não foram suficientes para devolver a cunha ao

'fenômeno' do futebol, hoje envolto na balofa e lenta

sombra do fracasso.

Não há quem o liberte dela.