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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uma rua solitária com berros cavernosos em solidão à noite

(foto/Terra)
Era o jogo entre Corinthians e Flamengo

Nos dois primeiros gols da partida

uma ou duas gargantas urravam Gol, ...
acrescido de palavrões
lançados raivosamente

esticando-se aos decibéis máximos das cordas vocais

enquanto a vizinhança quietamente dormia

ou apenas fazia um sono chegar

Era mais possante o silêncio da cidade

Em algum bairro mais distante, magro foguetório

Calou-se o brado solitário e animalesco na segunda etapa da peleja.

Talvez, o homem da caverna não pode ouvir mais seu próprio eco

olhando a TV LCD 42 polegadas de derrota e frustração ultra moderna.

Latas de cerveja amassadas entre os dedos neanderthals

arrotos azedos

gases, azia, provocados pelos vitoriosos e ácidos 2 a 1

que não foram suficientes para devolver a cunha ao

'fenômeno' do futebol, hoje envolto na balofa e lenta

sombra do fracasso.

Não há quem o liberte dela.




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