quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Os cara-de-peia

Silvícolas, selvagens



rudimentares,





parecem canga de muares



não são



cafusos, mamelucos,



caboclos,



feitos de



fibras de aniagem



estopa humana



choupana,



roça



seca



cacto



calangos



candangos



mulambos



resistem à estiagem



crescem



no barro com cuspe



sangue



no mangue











Antena de TV em UHF






na ponta um pedaço de bombril






goteira no telhado






nos trapinhos de retalho,






nasce mais um desbatizado,






cuspido na bobeira






ah, estão por toda a parte




à esmo,




chabu de fogo cruzado,




expulsos da placenta de matilha



herança da monarquia



frutos podres da república,



também crescem,



se vingam



matreiros da cilada,



emboscada,




gostam de tecos em nucas,




têm graves problemas com o olho a olho,




transitam em mulas




e outros lombos




no círculo quadrado,





com documentos falsos,




gravatas de cadafalsos,




penduricalhos de espelho de carro velho,




ignorantes, atrasados,




covardes demais




para serem homens-bomba,




preferem