segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eliodora é Bárbara


Fomos numa manhã de sábado

até sua casa antiga

teto baixo na entrada

janelões, taquaras, cômodos desnudos

Ao nu está seu busto de bronze

no jardim pelado

e nos olha dentro enquanto é fora

Nos olha fora enquanto é dentro

bem defronte, a imponência colonial

religiosa

nada franciscana

mas de São Francisco em torres

sinos, escadario

verte o cinza e o cobre espesso

Contrasta com suas paredes brancas

e janelas azuis royal

Sua imagem se veste férrea

assim com foi a sua história

de mulher
(para saber mais só indo a São João del Rei-MG-BR)

A falta preenche tanto espaço que até faz falta um espaço

O silêncio posto a ferros
gruda feito chiclete que se mastiga
sozinho aos berros
como um espichar viscoso
e perfumado de dentes e língua
baba no decote sem alça
um cuspe à míngua