domingo, 9 de fevereiro de 2014

O que você vê, vê?


Pode ser que eu ainda chore
As lágrimas que vêm do nada
silenciosas
Até sorrindo
distraídas
secas e molhadas
porque não choro
apenas as penas
se  sobressaio às avencas
pressinto que  as lágrimas
vertidas, convertidas
me corrigem
ou costuram
como  desenham as violetas
e se eu fosse manequim
em
mangas, medidas,
poídas
talvez, ruins,
como belas se assemelham às tralhas
de camisas, camisetas, calças, bermudas
paramentalhas,
como frangalhas se vestem e se despem
sempre que algo as engastalha
Apenas sei que você se debruçaria em mim
Pegando, abraçando, como agulha e linha
Costurando a saudade
Ao perfume jasmim,
simples assim


(crédito: foto de autoria própria e dupla)