segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Revirados, remexidos ,espionados entre achados e perdidos

Hoje puxei um revirado




do mesmo mês em que estamos




e que data de 1980




remexi em mim mesma




mas no atiço da certeza clara




me deparei com a sombra




de outra mão e olhos




na mesma reveria


Como sei?


Minhas gavetas, armários,


nichos, livros e penduricalhos


têm a alma de minhas palavras escritas


umas bobagens, outras miragens


Desde pequenininha gravo a assinatura


existencial assim


Umas reais , outras pagãs


e ordinárias


'seres imaginárias'


como define Riviti, há tempos


em mim


Me vejo ao relento da invasão alheia


sem respeito


sem amor


me sinto sob a suspeita


em meu próprio relicário


Mas, segue a vida e o meu mantra


'tudo passa'


repetidas vezes sem repetição.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tiradentes-MG x Copasa

Muito se fala, hoje, do tratamento de esgoto em Tiradentes-MG

Sem querer também 'apareci' nessa mixórdia

através do jornal da cidade

Era um movimento recente, quase instantâneo,

em protesto sobre a localização da ETE,

protagonizada pela COPASA

Como disse um funcionário a um morador:

esgoto não sobe rua...

Na realidade, sou uma ET, no jargão local: extra tiradentes

Mas, ET ou não ETE, moro aqui há três anos

Vou dizer: finalmente a COPASA quer tratar o esgoto da cidade

Não sei a que pressões político-partidárias

Como recém-moradora observo no meu século 21:

a cidade PRECISA, antes de mais NADA,

preservar seu rio

e não é dos melhores: o das Mortes (nome histórico e que carrega a infelicidade dessa história)

Em seguida, cuidar da água que chega às casas (caixas dágua, por exemplo, tampadas= dengue)

Cuidar da água que rola nos chafarizes, aberta aos turistas .

É tratada, cuidada?

Existem casas com fossas? São sépticas? De sumidouro?

E as atividades agrícolas? O que jogam nos córregos?

E as nascentes? São monitoradas?

E o lixo doméstico da cidade? Nada é separado. Sei de gente à beira do Ribeiro Santo Antônio (= restaurantes) que descartam os restos nele.

A cidade tem aterro ou lixão?

Se a população joga seus dejetos na rua, nos bueiros

e não tem o hábito ambiental de separar em sua própria casa,

o que esbraveja?

Vejo ruas cheias de mato, sem calçadas, cheias de lixo

A cidade é um prolongamento do lar.

Tratar o esgoto, no nariz de quem quer que seja, inclusive o meu, já é um passo gigantesco, em quase 300 anos,

sem tropeçar nos pés de moleque.

Assim, todos deixaremos de ser 'moleques'




Sabedoria antiga da simplicidade humana, feminina e mineira

Dizia uma senhora mineira, Maria Ilma de Lima, lá em Diamantina,MG:

"É muito bom ser importante, mas o mais importante é ser bom."

(Jornal Voz de Diamantina, por ocasião de seu trágico e recente falecimento)

Não a conheci, nem em pensamento.

Nem sei do que é trágico, pois tudo é, hoje.

Mas, leio o jornal de lá e vem recheado de um jornalismo

no qual comecei: regional, cricri, pontual nas ofensas bem escritas,

bem ditas, por assinatura, em branco e preto.

Mal se vê as fotos.

Tem vida social, coloquial,denúncias, gargarejos,

como sempre, em pé de guerra com a administração pública.

Olha junto e sem piscar o que acontece em qualquer situação na cidade e arredores.

E fecha os olhos também.

Mas, é a Voz da localidade, escrita e cuspida.

O que me chamou a atenção foi a frase.

Pois, quanto mais pontuo os finais, mais abertos ficam.





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Não ouço Síria, não danço Síria

Cadê sua música?

Seus aromas?

Cadê sua letra?

Síria

onde está?

Procuro minha família

Meus entes queridos

e invisíveis agora

Procuro-os nos escombros

inférteis

nas valas escuras

que eram um pomar verde nas pedras

Procuro-os nos rebanhos

nas pastagens agrestes

vívidas

hoje

ressequidas

no mercado colorido

nos becos e

nos labirintos musicais

no céu dos terraços

cheios de estrelas

hoje apagados

Mudos

E se cala a alegria da vida estridente

Cadê meus parentes?


Tudo que nos envolve sob e na Justiça é tenebroso

Ocorre-me que o termo 'Justiça' deveria ser abolido de qualquer literatura

Há episódios recentes (e mesmo os antigos)

que nos aterrorizam sem precedência sobre travesseiros

tente dormir com a mínima noção de uma infração

Por isso, chama-se in fração

Você cometeu uma fração de um todo

e já é atormentado pelos algozes mais sinistros do Planeta.

Tipo: estacionamento em local proibido ou excesso de velocidade em avenidas praianas.

Ah, deixe de pagar uma conta no dia do vencimento....

Mas, de que lado a JUSTIÇA está?

Tem o raciocínio linear do Bem e do Mal?

Perdeu!

Tem o raciocínio curvelíneo de que é culpado ou inocente até que se prove o contrário?

Perdeu!

Justiça é a mais assombrosa tortura a um vivente!

Se se acha vítima, prove!

Se é o culpado confesso, espere ou viaje pelo mundo. Tire férias.

A vítima tem todo o ônus da denúncia.

O culpado, pula carnaval, conhece as Pirâmides, confere as maravilhas institucionais da Terra

É como a estuprada. Vai lá na delegacia e ouve: o que você estava vestindo?

É como a espancada em casa. Vai lá na delegacia e ouve: o que você fez para provocar o agressor?

Um adolescente riquinho pegou um jetski e matou uma menininha na areia

A família da menininha se esfacela e corre por socorro atrás da polícia

A família do riquinho se junta e corre de helicóptero ou carro importado atrás do advogado

.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Num cabe mais, gente, num cabe mais no Carnaval de Tiradentes-MG



Aqui tem insolente



irreverente



contundente



e amigos da gente



A cidade está abarrotada de alegria



fantasia



companhia.



Chega! Num cabe mais nada



de diferente.

Iguaria de fadas

Lá vem o súbito

dança o de repente

emudece em susto

o sorriso

cílios de alegria

sorri disfarçadamente

sai rápido

pisando duro no

pé de vento

insolentemente



domingo, 19 de fevereiro de 2012

O córgo

Faiz barulim

baxim

de cachoera

A vida passa

dessa manera

Faiz favô

embruia


um bocadim

na argibera

de um tantim

de mato que chera

perciso

de curá a preguicera

Vamu aproveitá


si nóis bobea

u trem ja'

passô...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Boato verdadeiro são e salvo

Dizem que invento palavras
não,
à só as componho
como música
viajo em tortuosa e bela
melodia
a palavra soa
sibila
faz cócegas em cedilha
pontua
esbraveja
arrepia
arranha
estapeia
acarinha
alisa feito luva
esgana feito torniquete
arrebenta feito ferro
brilha como jóia
assombra
assusta
intimida
fortalece, claro
cura!


(ao meu eterno amigo Hivich, sem o qual jamais pensaria em futuro )

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tostão furado, previsão cheia

Grécia, Síria, Irã
Todo mundo quer ver a solução
e eles só fazem soluçar
reclamar, brigar, matar
Não há emprego
Só de pensar na África
arrepiamos
Fome e Aids
Não há emprego
Mas, o mundo tem um crescimento aterrorizador de bilionários
E mesmo diante da pobreza
esses pobres continuam procriando mais pobrezinhos
Sou daquela laia que crê que os pobrezinhos, mesmo,
são os animais que vão aos milhares pro matadouro
Mas, uma réstia de humanidade ainda existe
Pobres haitianos, pobres mexicanos, pobres
pobres e pobres humanos ordinários
da cracolândia
dos morros e favelas, esses que limpam as ruas,
tiram o lixo,
provocam filas de velhinhos nos guichês
de repartições públicas
Não há emprego
Outro dia liguei na Polícia Federal, antes das oito horas
Me atendeu um cara, com voz de polícia armário
Disse-me que o atendimento iniciava-se a partir das oito horas
Liguei às oito horas, às oito e quinze, às nove horas
Ninguém atendeu o telefone...
Pobres da América Latina
Não há emprego
Nas avenidas Sul de Ribeirão, Ferraris, BMWs, Hyundais,
MiniCoopers, LandRovers, Audis, Mercedes, Kawasakis
Kasinskis
Pobres ordinários do Planeta Terra
Crêem que 2012 vai ceifar a todos
Pobres
Não há emprego
Nem sabem que já existe um contingente bem protegido
armazenando água, comida, remédios, roupas protetoras, armas,
equipamentos e toda sorte de bens a salvaguardo
Compram até lotes em outro Planeta
Pobres ordinários da Europa
velho continente
Sabem que só sobrevivem os mais fortes
os mais ricos
os mais preparados
Pobre humanidade
que vive do trabalho
feito burro de carga
Não há emprego
Não sabe o perfume chanel
a borbulha Cristal
pelotinhas de caviar
aquela cheiradinha marota
a pílula azul
a safra do vinhedo ancestral
vai de buchada, mesmo
Pobres e ordinários funcionários
batem no peito o nome da fábrica
da empresa
Pobres
que bebem cerveja em bares
pulam o carnaval
 que dormem nas ruas
fazem xixi na sarjeta
que trepam em motéis rentes às estradas
que comem torresmo
engolem cachaça em pets
não tomam banho e nem fazem massagens orientais
Pobres que vão à sauna extravasar 'a libido inflamada'
como diz Riviti
Pobres ordinários da economia mundial
como dizem os jornalistas
Pobres garimpeiros de diamantes negros
a escravidão sem fim, ainda
Nasceram assim
certamente morrerão assim
Eis a profecia Maia
Aos montes, sem montes para os socorrerem das inundações
sem bunkers para protegê-los do Sol
sem comida
alvos do ataque nuclear
sem petróleo
diesel
gasolina
internet
encharcados de pinga e crack
Outros , mais nobres, morrerào sem ver
entupidos de anfetaminas e cocaína
Muitos bebês mamando sangue e droga,
com a boca cheia de formiga
A exemplo de seus pais.



sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sangria

Sim

dormia

lá fora

chovia

lá dentro

ouvia

a água fria

caía

na rua vazia

a cama macia

gemia

de alegria

em sintonia

o dia

que ardia

foi embora

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Quem precisa de mais inimigos se ei-los, o Tempo, a que perversamente demos o controle remoto

Você,



ingênuos e crentes seres,



ainda imagina que seus semelhantes



são seus inimigos



por não professarem sua escola maldita



sua história infame



sua genética poluta



sua mazela em forma de genitália



porque crê em estímulos e músculos



fisiológicos



e nada lógicos



nem ilógicos



pois é sua hereditariedade



que dita a sua forma de encarar a Vida



Crê cegamente que pode comprá-la



cria descendentes que crêem que podem vendê-la



por conseguinte



geram monstrinhos que acreditam que podem



pagá-la

Ou que são consagrados a desfrutá-la

indefinidamente



Outros, nobres, simples, éticos e dignos



sabem que podem ganhá-la



Hoje e não Agora



colhe a maldição



porque a Terra, a Vida, o Hemisfério



os Pólos,



outros seres de especial dimensão evolutiva



sempre dizem a você:



Não.



Eis o mais belo e imensurável inimigo



Tempo.







As nuvens fizeram uma 'tereza' e se esconderam sob asas da Lua Cheia

Para nos enganar
as nuvens de fevereiro
sem piedade
deixaram alguns clones de nuvens nubladas
Por trás delas, arrebenta-nos o sol
herói da temporalidade
Quando ele se esconde
e aguardamos seu efeito passar
gruda em nós o mormaço dormente
feito bigorna
desde o nascer do dia
até a bela lua cheia
Estamos ao vapor da chaleira quente
nos ferve em fogo brando
inclemente
Se nos espremermos
o suor nos entorna
em lençóis de noite
grudenta
Içamos nossos corpos no anzol
antigravitacional
Água, água, água
um copo
dois
mais
Banhos de água
até que as paredes sedentas
nos suguem de volta
ao amanhecer  cheio de repelente
Mosquitos, pernilongos,
pagamos a vida que compramos
imprudentes
Não lemos as miúdas letras contratuais
.... as reservas da Terra são fartas e ilimitadas, desde que observadas as regras constantes do Código Irrefutável de Deus, resumidos graciosamente nas tábuas sagradas em DEZ itens , a ler na língua original'....

(Ribeirão Preto, SP, BR mais de 40 graus)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Amanhãs do Tempo

Vá e diga a todos

possível É

possível Ser

ampla a Vida

do querer

Esteja na comunhão do Bem

e sempre ame em dobro

Possível o Saber

que o Tempo

sonolência tem

ante a estrada esquecida

alerta, porém,

na Passagem

destemida

Avise a Todos

bela é a partida

de tudo o que em Si

se contém

de imagem desprovida

Mais que possível

testemunhe

sem miragem

Ser que É

na aprendizagem

Infinita

Sendo

Um indelével

e sutil

Amém