À sós
soamos
chiamos
tossimos
espirramos
roncamos
ouvimos na pele
dentro e fora
o chocalho de uma serpente
zune às tontas
asas de mosca varejeira
dentro do quarto, à noite,
o violino amador do pernilongo
na grama urbana,
quase extinto,
estridula o grilo
o canto da cigarra
abre o outono
o galo cacareja
à temperatura da madrugada
tem zumbido
besouro
o coachar da rã
estala a vela acesa
cheiro de mel
o resmungo humano
o chiar
estrilar
chorar
Cadê o céu?
E a solidão?
Se abana o Cosmo