segunda-feira, 2 de abril de 2012

Solidão,um hálito cósmico

À sós


soamos


chiamos


tossimos


espirramos


roncamos


ouvimos na pele


dentro e fora


o chocalho de uma serpente

zune às tontas


asas de mosca varejeira


dentro do quarto, à noite,


o violino amador do pernilongo


na grama urbana,


quase extinto,


estridula o grilo


o canto da cigarra


abre o outono


o galo cacareja


à temperatura da madrugada


tem zumbido


besouro

o coachar da rã


estala a vela acesa


cheiro de mel


o resmungo humano


o chiar


estrilar


chorar


Cadê o céu?


E a solidão?


Se abana o Cosmo