domingo, 4 de novembro de 2012

sem infância, nossos jardins se tornaram canteiros de flores sinistros



Somos 
 fiapo de unha encravada e roída de pântanos
 cutícula esgarçada do mindinho montanhoso
fio ensebado de cabelo desprendido aleatoriamente pela planície
parcial digitall nas areias incandescentes
 nano gotícula do espirro viral no carrossel de nuvens
 lágrima sangrenta do riso estilhaçado das estações temporais
 caquinha que se desprende do nariz cósmico
 bituca do sol
 birita da lua
 chulé vulcânico
cecê oceânico
 óleo azedo dos eixos polares
 graxa escura das engrenagens tectônicas
caldeira marítima das entranhas em decomposição
maus humores em magma
azia vulcânica da Terra
tornado de células descartadas
 teia do sovaco florestal
onda da tsunami de desgostos

por que nos choram?
Choramos?
cada um
um a um
voltamos ao ponto de partida
sem saída
uns passaram de ano
outros, nem apelando
mas, todos com o boletim escolar humano devidamente assinado
colado em cuspe na própria testa
Reprovados!