segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A esmigalhação humana do indivíduo universal sob o Bico de Alicate, Papagaio Testamenteiro

They Shoot Horses, Don't They? 1969 (Sydney Pollack)
Bless the Beasts & Children (1971) Stanley Kramer

'LITTLE MURDERS,' JULES FEIFFER'S 60'S SATIRE 1971

Equus, Peter Shaffer, 1977

Alguém já entrou numa sala de cinema

com certeza

para assistir a um desses filmes.

Nem imagino que não.

Mesmo que tenha sido

num sofá dentro de casa.

Sem apelação.

E, pasmem, nem a casa nem o cinema

cairam...

Deveriam, mas

algo saiu fora do eixo

e o aborto da humanidade

vazou pela culatra

Tambem nem imagino alguem

conceber outro ser

se me lhan te

e achar isso

nor mal....

Por que?

Pensemos:

seu ventre não é de deusa

seu espermatozoide não é super herói

sua cria não será di vi na...

Precisa mais?

Então

nem acredite...

Apenas aceite

o coice da vida

e

cumpra o seu 'inusitado'

compromisso com o plural

nada singular

Sua decisão

seu ventre

seu semear

sua conta

seu gasto

Não meu e de ninguém...

Assim como é o seu cachorro

a sua cadela

o seu lixo

a sua ação

a sua crença


a sua existência

o seu problema

a sua privada

a sua cozinha

a sua cama

a sua escolha.


E, por acaso,

a droga da sua vida

em droga,

talvez...



























Labaredas de gelo em combustão

Chove-me tua hesitação
teu pé descalço
teu semblante caseiro
teu repentino coração
Incendeia-me teu atição
teu jeito sem freio
quando vai ao encalço
de ti mesma
de supetão
Areia-me tua percepção
teu bussolar sereno
teu solo jipeiro
em geografia de vastidão
Rarefeita sem sustentação
planeio em falso
em sopro baloneiro
vou de joelhos no teu etéreo
arrastão....

Leilão do Bem

Receita-me os males
De onde eles vem
Se aos pares
Se de alguém
A quem os convem
Me fale dos males
e seus tales e quales
Coma-os
Faz bem
Cultive-os tambem
crescem zen
Maldiga os males
São todos ninguem
antes que o alcancem
De tudo que faz bem
Trate-me dos males
a centímetros aquem
de curar-me idem
Jogue-me aos males
curam nenen
quem sabe
quem
se são a chave para alem..

Pirraça (29/09/2007 - 17:23h)

Sexta-feira, 24 de Abril de 2009

Luccia d. Troya

Minta,
me engane,
me delate
Me flagre
e ainda assim
X - marque com um xis.
Não acovarde o tempo
Pedindo e implorando.
Estou em pleno delito
Passo batido
Debaixo do seu nariz.

domingo, 30 de agosto de 2009

Maria Linda Ronstadt,Virginia Patterson Hensley (Patsy Cline) e...

Uma menção relâmpago
às personagens musicais
que não me largam
falando sozinha
e que me são
enormes diferenciais
num quotidiano
de sons banais:
Boleros e Rancheras
I Fall To Pieces
Promiscuous Girl (Nelly Kim Furtado)
I'M OUTTA LOVE (Anastacia Lyn Newkirk Newton)
APOLOGISE (Timbaland ft One Republic )
Diana Krall
No Regrets Coyote and Amelia, Joni Mitchell
Madeleine Peyroux
Paula Toller
Devolvem-me na mesma intensidade
sonora,
rebentos como Yamandu Costa
e
Nicolas Krassik
sem a tirania eletrônica

Náufragos de Cuba desengarrafados

Agora que as garrafas
literárias de Cuba
lançadas em terra
ao mar de solitários
talentos
chegam aos jornais
de silício.
E quebram-se em múltiplas
letras
idiomas
... até dispostos
a percorrer
aquele calvário hipnótico
do cordeiro e o lobo.
Quem saiu da goela de quem?...

sábado, 29 de agosto de 2009

Disappear...

Meu amigo,
às vezes, fingido
outras, redimido,
não menos ruim
que qualquer um,
bom demais para ser mais um
- está em quietude de vocálulo
há uns pequeninos anos!
Fomos colegas de redação
na filial da Gazeta Mercantil
em Ribeirão
Imagem deixada: louro acastanhado, olhos verdes-claro
camelo da notícia, propagador informal de verdades
Saimos daquela veia jornalística.
Depois disso,
ainda esbarrávamos nas esquinas
mesas
e através de ligações via terceiros
Menos mal
De repente, assim bem lentamente,
me volto à ausência, mortal, moral, factual
não fatal, de Nelson Carrer Jr.
'Cara,
tchan!'
Faça sua aparição.
Cresceu a barba
deu preguiça
isentou-se da reta
cansou do vulcão.
Free lancer
festa de peão
usinador de turbinas mídicas.
Cara, tem cerveja gelada em casa.
'Dê o ar da graça'...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Humanaves x humanadas

Zona sul em Ribeirão Preto

SP/BR

camisetas de grife

estampam mensagens

quaisquer

Do alto ao térreo

tênis luminosos

e suas plataformas de decolagem

para a largada do rebanho:

moradores em bando dissimulado

andam do mesmo jeito apressado,

correm pelas avenidas

para ganhar do colesterol, impotência,

gordura localizada, depressão.

Em suma, infelicidade e fracasso.

Mesmo aqueles 'em alta,

vão atrás da 'saúde do milênio 21'

gordos, magros, assustados,

nem sabem o que fazer

Correr, correr, correr,

na moda de viver

Lá em casa,

fazemos o sofá em dueto com o cachorro

água gelada, vinho

café, canela, chocolate amargo

devagar

caminhamos,sim, por aí,

frequentamos becos e buracos,

fronteiras, altos e baixos,

humm...and so?

abrimos janelas

às vezes, a porta

e deixamos o perfume de auras

rondar corredores (outros)

Ligamos a TV a cabo

acendemos o cigarro (e incensos)

- são perfumados

Baforamos a semana

que não nos mete medo

Na cozinha-sala, um variado

cardápio molecular de idéias

Vasos plantados

na sacada

a postos como livros

- cultivados e apreendidos

Já é calor de novo.

Sexta-feira,

a noite cresce

Urbanos noturnos

migram para bares, botecos, balada

outros babados

Voltam sem rumo

bêbados, chapados

mamados, cheirados

Chegam, sim, a algum lugar

Sei lá

Ah, e os óculos escuros?!...

Cada vez maiores

até mesmo à noite.

Não se escondem, apenas impossibilitam que vejam

a si mesmos. Óbvio e daí?

E continua assim a famosa Zona Sul

ilhada nos muros , em oásis de areia concreta

ladeada de palmeiras oníricas

como as suites

Lá fora , um éden fictício:

jardins sem bancos...





































quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Olha lá os 'infantoches' da submissão

Por certo,

pensas que teu camisolão branco

não mostra a sombra do teu corpo

manchado do sangue inocente

e que tuas sandálias rústicas

passam desapercebidas

pelas vielas milenares

e não deixam rastros

singulares

como os das serpentes

nas areias.

Por certo, crês que o mal

está do outro lado

da muralha

e esta o torna indefeso,

a mesma que esconde

a tua verdade

de ti mesmo.

Do outro lado

lá está emoldurado

o equívoco

a visão distorcida

se não aquela que sai de dentro

do teu coração

se não o próprio reflexo do teu medo

num espelho caleidoscópico

De fato, acreditas numa escuridão

ocidental

à espreita do teu sol

quando o primitivo ainda

habita o sombrio

beiral da tua mente

quase infantil


Por que fechas as janelas

da tua morada

se te cobres

da cabeça ao chão

com o véu negro

de quem não concebe

o perdão e

tens nos dedos

o riste incendiário

da vingança?

Qual criança.

Cala com tua face de obediência letal

a presença da mãe luz

aquela que pode acender

até o mais ínfimo esconderijo


e

volta as costas

ao estender da outra

mão

Mesmo a noite tem seus olhos

brilhantes

e o dia traz a chama

da constante revelação.

Por que lerdas

em teu espírito a

libertação?






aquarela brasilis inzoneira

O mineiro Ary Barroso
criou há 70 anos
um Brasil em aquarela
e música
todo inzoneiro

A surpreendente grandeza do pequeno


20 segundos para um

fulminante ataque a gol

logo no início da partida:

coisa de 'abelha' do interior

paulista

Entre os maiores times

da série A nacional

aponta-se o pequeno

valente

Barueri.

Agremiação que não enche

a boca gritante

do narrador de grande mídia

porque este torce

escandalosamente para

a equipe da massa

que tem o lipoaspirado

titular na arquibancada

com renda fenomenal.

Fenômeno, mesmo,

é o Val baiano,

artilheiro do campeonato,

quase anônimo,

ensombreado por um gol

de longe e veloz,

desses que muitos fazem

em qualquer peleja,

mas rende, dá audiência

com o indulto da benevolência

contra o seu exímio faro de goleador.

liga,não, 'abelha',

vai zunindo aí...
(Barueri 2 - um terceiro gol anulado...x Corinthians 2)


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Latitude canina: 'Greta Garbo' - Gueguê

Cachorro louco:
Por carinho

por dengo

por comida

por afago

passeio

grama

agrado

quintal

calçada

portão

Por cheiro de mato

cheiro de planta

de flor

água

travesseiro

sofá

chinelo

papel

fuçar

cheirar

escavar

latir

Espreguiçar

dormir

Sacudir

e abanar o rabo

- se feliz

ou acabrunhado.

Cismar.

Correr.

Perseguir.

Voltar.

Rolar.

Por música

carro

conversa tranquila.

Por ladeira

chuva

sol

sono

arruaceira

e

companhia.

Vigia.

E tudo de novo

com a maior valentia

do afeto.
Cuidado se não houver o faro de ambos os lados:

prenda o 'dono' na coleira.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Augustas, Etelvinas,Eufrosinas, Genoefas, Oilitas

Avós
primeiras
derradeiras
italianas
portuguesas
mistureiras
de agulha nas mãos,
algodão, linho, chita,
folhas de parreira
com seus parcos
retalhos,
tesoura,
como tesouros
para cama, banho, cozinha
missa
mercado
açougue
padroeiras
garfo, faca, colher
dedos
de terço, medalha,
santo,
vela,
avós-novena
-conselhos
guardados
na prateleira

Avós
de exatidão,
enxadão,
roçado, horta,
mutirão,
antúrios,
vassoura
pano molhado
pia, sabão
fogão
parto
abortalhos
medos
avental
pés no chão


Rica e pobres
benzidas
benditas
arteiras,
benzedeiras
bordadeiras
rendeiras
parteiras
avós
primeiras
derradeiras
pioneiras
(texto abstraido de um futuro livro-diário no prelo pessoal, individual e intransferível)





Piove un Agosto di veneta


Aqui em Ribeirão Preto

em pleno Agosto

sete anos depois

sete dias de frio

e chuva

Parece que o mês

quer por chifres

em equinos

caraminholas no registro

do clima

carimbar o rosto

esotérico

formigar a grama

seca

desmentir a paisagem de inverno

que acorda em primavera temporã.

Lá estão elas

grossas e emburradas

as nuvens plúmbeas.

mas, com jeitinho

se vê o exuberante

olhar noturno....


domingo, 23 de agosto de 2009

arames farpados elásticos

Não sou teu colo


e nem tu és o meu encosto


não passo a mão na tua cabeça


assim como não me passas a perna


não ofereço meu ombro


e tu não me apunhalas pelas costas


não ofereço a outra face


e ,tu, não me apontes o dedo!


não cedo a minha vez


e tu não furas fila


quero o troco em centavos


não me ofereças balas e chicletes


não seguro a porta do elevador


e tu não me jogas pelas escadas


não somos nada demais- e isso


nos aproxima.


Cada vez mais perto


um hálito matinal
nos distancia.


Não esperes nada de mim


e eu nem um pouco de ti.






















sem bridão de frenagem








patina

lâmina obesa de fogo

A vida é também uma contínua troca de rolo de papel higiênico
parece banal
usual
no piloto automático
(pensamento filosófico momentâneo do Papagaio Testamenteiro, Bico de Alicate)

mas, olhe Atenas
devorada pelas chamas
incandescentes
Arde na alma
visceralmente
Onde estão os gregos?
Todos são deuses?
A pira estala
vorazmente consome.
Ah, lá vai o homem
culpar, de novo,
de novo não!!!:
a tramóia térmica
do universo de Copérnico.
Por Zeus,
Grécia,
cadê os teus?
Viraram carvão...

sorria, Brasil octopus, nem tudo é cefalópodes

uma vez mais
o volei feminino
teve garra e raça
para vencer
com graça
o desafio
de estar no embate
do esporte.
mulheres com apelidos
carinhosos
de meninas
que quebram
respostas
adversárias
e pontuam
em saques desconcertantes
cortadas de efeito
bloqueio eximio
no vôo elegante
da bola em mira
certeira
para o podium campeão
de mais um grand prix

sábado, 22 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

camelôs de almas

... Numa tarde dessas
ao perambular
pelo centro da cidade
vi muitas almas penduradas
numa barraca de camelô:
rotas
sarjas
balançavam ali
pensas por um
reles prendedor de roupa
como enforcados.
Nem cabide
nem arara.

O preço?
Barato demais
Outros, como eu,
olhavam, olhavam
olhavam...
'que pechincha
mais sem atrativo'.
Em meio ao volteio,
o vendedor
levava a oferta no grito:
'de quebra,
o freguês leva a mãe do desgraçado'.
Um pouco mais adiante,
uma banca
de almas tenras,
como convém
ao paladar
das bestas terrenas.
Essas atraiam mais gente.
'Levem, levem,
duas por uma',
o mercante esgoelava,
irrevogavelmente.









quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina aquática em plataforma de lançamento:senhores passageiros, decolagem autorizada...

lá vem ela,
a vela regia

amazônica,

infimamente
acesa,
sem nó nas tripas,

ouvidos moucos

à verborragia

de bocas :

todos Pilatos

de mãos sujas

por mais que lavem

lavem

lavem

e levem seus lixos

ao cais do vai-e-vem

desde a britania,

lá vem ela

altiva

sobre águas

nas quais

paira a nódoa

da roubaria.

Lá vem

a senhorinha

amorenada

pequenina

voz fina

cristalina

olhos com moldura

cansada

de olhar
assustada
sua floresta
depenada.
Vamos ve-la
decolar
sobre
a torpeza.
Que seja
a vitoria
que ela
almeja.
Sem o vil
do vinil
violão
que graceja
engana
sua alteza.
Pode ser
o croche
copacabana...







Azia , efeito colateral da falta de sintonia...

Teu olhar
caiu da cama
logo cedo
Tua boca cuspiu meia frase
no beijo de café
Tua chuva de agosto
inesperada
esparramou o iniciar
do dia
sobre a mesa
Sem querer,
teus dedos
respingaram digitais
dentro da pia
Tuas orelhas,
vadias,
tropeçaram
na calçada vazia
Lá vai você
pé ante pé
e tu, mesmo,
com teu corpo
tipo cabide de falsa
heresia
Teu nariz está preso
na notícia vazia
-sem drama-
Ave Maria
O mundo cultua seu totem de
pura hipocrisia
ora
vá à via.

Extra! Extra! Papagaio, bico de alicate

Às múmias brasileiras,
no mercy
O PT já estava muerto
agora, finalmente,
o enterraram.
Velem, velem
seu defunto ,
adesso si...

Futureci

Apenas uma noite
parti
não vivi um dia
se era cedo
ou tarde
iludi
de um lado a outro
não conheci
dormi?
quem sabe
eu nem estou
aqui

terça-feira, 18 de agosto de 2009

esmeril diáfano

sombrio
é o pavio
apagado
da alma
- a chama
humana?
basta seguir
à risca
a faísca
do espírito

Segundo o Papagaio Testamenteiro, Bico de Alicate

neste exato momento,

o governo brasileiro

que pouco se preza
em decência e história
para contar,

tem um sarney

para se coçar

sábado, 15 de agosto de 2009

prece ao ventre de barro

salve


amada mãe terra


salve teu seio farto


e verde


teu semi-árido


a caatinga


salve tuas dunas


teu sertão
cactos


coqueirais


bananeiras


pastos e cipós
espinhos


cascatas e cachoeiras


falésias


pirambeiras


chuvas
deserto
areias


pantanal


salve tua bacia volumosa


de rios


teus galhos


tuas flores


tuas pencas de


frutos e grãos
raizes


várzeas


salve teus mares


crespos de cores


tuas milhas atlânticas
pacíficas
teus tsunamis índicos
teus polos


salve tuas serras,


a cordilheira
Salve tua Planície


planaltos


chapadas
espinhaços
arquipélagos
ilhas


que bordam tua superfície
salve teus abismos
musgos
fungos
crateras
vertentes
teus cismos
salve tua seiva
teu mel
teu átomo
tua lava
teu fogo
em ti ajoelhamos
com pneus e motores
em teus ombros
nos apoiamos com garras
e tentáculos de titânio
abraçamos teu corpo
com nosso habitat de vidro
e aço
beijamos sua fronte
materna
com lábios de poliuretano
e abênção pedimos
com lágrimas de crocodilo.
Sugamos teu sangue
pelo umbigo
enquanto vasculhamos
teu útero
cegos e esquizos
de teu abrigo.
A humanidade
perdeu toda a noção do perigo.



terça-feira, 11 de agosto de 2009

Divas balançam meu berço existencial: Dinah Washington e Billie Holiday

Não há como começar o meu dia
sem a companhia
de muitos que já se foram.
Em voz e melodia.
Ainda os ouço
assim como os leio
assim como os vejo
assim como manuseio
seus traços
e suas obras potencialmente
perfeitas
desde a loucura de suas imperfeições
rarefeita.
Em qualquer ocasião,
estão comigo.
Uma certa humanidade
lhes dá adjetivos:
gênios, musas, divas,
semideuses.
Não importa.
Como todos os seres
que me ajudam a tomar
um café pela manhã
a sair pelas ruas
a buscar aquilo
que, talvez, exista do
lado de lá.
Me inspiram algo além da sorte,
da morte,
além do azar,
além do acaso.
Se assim acredita
Richard Dawkins,
eu creio muito mais
do que apenas no espírito humano
de passagem eólica
sussurrando baboseiras
e doutrinas
ou mesmo dublando
Eleanor Fagan Gough
Ruth Lee Jones
Etta James.
Nina Simone
Cassandra Wilson
Alberta Hunter
Ella Fitzgerald.
Diana Krall
Norah Jones.
A deusa da vez, agora,
é a espiral genética,
uma vez, nós cromossomos,
cremos.

Euclidianos ausentes

tem um charme banal
na cidade de São José do Rio Pardo
estado de São Paulo
a alcunha de rio-pardense
ausente
todo o nativo intransitente
do berço natal
me dou ao bem
deste mal
não estar residente
me dou o mal deste bem
de ser nascente

Gotas antigravidade

balões no céu
de Ribeirão Preto
SP/BR
comemoram
153 anos
em 19 de junho
nada ideal
suponho
se ergue-se
o sonho de concreto
abstrato
do real

Eu Inverno


Tu invernas?
Jazem folhas solstícias
sobre o dorso
equinócio
Mando notícias
para o meu amigo
ateu.Creia.
Volto ao austral
hemisférico
como a lua
Cheia.

domingo, 2 de agosto de 2009

'Bororó' sem nenhuma tradução literal assenta-se na poeira levantada




Fibras humanas

cultivadas em

células

de manto familiar.

Um colo generoso

de avó
feito ninho
de filó.
Palavreado têxtil ,

vernáculo lunar

em seda.

Só un peau...

contemporâneo

matuto

tropeiro
com mãos
de garimpo.

Ao abrigo

de aguaceiro

esconde-se o frio.


Abre-se o sol

mineiro.
Casa de abelha
sem poeira
cheia de zumzumzum.

No aconchego
um a um da família
dorme ajeitado.

Quintal pingueiro

levanta acordado

no cerradeiro.

Aprende-se

com esta casta

de ventre

despinhadeiro,

desdizer dito

pelo não dito

bendito

Eleito

pela centelha

da convivência

sabiamente

erudita

com simplicidade

A linhagem azul royal

'Bororó'

de Augusta,

paisagem genética

como um toró,

de história
desfiada em croché.

Não é uma só

a receita,

tece

enternece

endurece

aquece

em muitas facetas:


art decour da

miscigenia

portuguesa,

africana,

moura

judaica

e indígena.

Estirpe nobre

da etnia

aos ora pro nobis

couve, quiabo, taioba ,

suã, fucinho e costelinha

fubá

canjiquinha

palmo a palmo

tête-à-tête

ao quatrocentão

colonial esculpido

em berço
- estado puro

de degustação -

do saber e provar,

desde o canavial

ao virginal

expurgo em deleite

do cafezal,
ouro verde e amarelo.

Em phd

diplomado

- matinée
de diamante

multiplural .
Ateu sabe rezar?
Ah, aprende...