terça-feira, 27 de julho de 2010

Ando sem fome

Já fui assídua e contumaz de alguns prazeres
não muito católicos
já que degustei algumas matérias impróprias
e pagãs
agora, não desce mais molho de tomate
chocolate
só pastoso
temperos aos destemperos, não
sal, nem pensar,
assim como açúcar e seus adocicados
pecados de todos
não engulo mais
estou aos com acidez e amarguras
se bem que pouco e bem dosados
me benzo aos pães e caldos
nada infelizes
mais um purgatório
do que sanatório
pode ser um punhado
de batatas em solidão
ou acompanhadas
de pouco sono
buquês de brócolis
sem exagero
afeitos à madrugadas
não me ocorre detalhes
a não ser de uma macarronada
ao queijo ralado e azeite
de perdidos e achados
me lembro, sim
arroz e feijão ainda em comunhão
que não cheirem
o trágico
só o básico
Sangue?
Nem em pensamento
desde que seja aquele de sangrar bastante
pensando
Abdico da matança em nome da carne
Um copo de mim, já basta
Água gasosa
para fazer burburinho
de terço em reza
Ainda desce sem perdão o café
É ou não é um ato de fé?
Vai, complete aí uma garrafa de vinho bem tinto
este eu sinto
ligando os canais de depuração
arrancando os credos.

Quimeras, Quisera, Quimerdas


Amas-me

e assim te amo

não há pássaros sem asas

e me sinto afogada em brasas

ao te querer

mas, assa-me em teu calor

que pavor!

meus pés latejam

como as penas do beija flor

Sou apenas

as penas

desse

insuportável amor

26/07/010 17:22h