sexta-feira, 18 de setembro de 2009

'M' Dormida 11/09/009 Tiradentes MG BR (Bússola etérea)


Minha pedra solta
caminha feito bicho
rosna à noite
anda de pé descalço
tem saliva de vinho
chocolate e café
no pescoço, um laço
de lingote
dourado
como jóia rara -
solta pelas ventas
incenso -
varre a casa
com alecrim do mato

o sono vem com gosto
de tomate
oliva
tabaco
pimenta
em ninho feito
com sombra de árvore
feixe de sementes de ipê
areia de minérios
folhas de imbé
funcho
beijinhos
e
taquara


'Lero' já com sotaque de encantamento



Bem cedinho
Naquela horinha
Que nem o galo tem coragem
De espiar
Acordo
A brisa fria
Já está lá
Soprando as sombras e
O sono
Um jeito simples de espreguiçar
Um tantinho depois
Quando a passarada sacode
As asas
O galo dá de cantar
Aí é que começa
A pressa de acordar
Para a boniteza
Do lugar
De repente,
Lá vem o tucano
E seus pares
- Bicos de quebra-quebra
Alaranjados
Exibidos
São aves de se engraçar
Assim como outras
Que estão no habitar

(Tiradentes – MG 17h55 15/09/009)

Donzela do tempo com decote de adobe



Manhã de
Água
Pedra
E vento
Cheia de pose
Cochicha
Seus agrados
No ouvido da serra
Dá cheiro
De capim
Ao pouso
Do bando Maracanã
Capricha
No desfiado
De plantas
Cheias de floreado
Enquanto
Espera
O ardor ensolarado
Da tarde
Com fricote
De tecelã
Quando vem a noite
Enterra
Seu rebolado
frisante
Com recato
De anciã

(15/09/009 15h28 Tiradentes MG)