terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ainda um ínfimo cheiro perfumado de vida por aqui

Uma certa hora da noite
 os apartamentos escuros se enchem de luzes
brincam nos arredores aromas
de banho, perfumes, lanches
Hora de passear com os bichinhos de estimação
de falar com namoradas e namorados
de combinar com amigos a balada
talvez, os  mais reclusos  preparem 
um cardápio elaborado, 
junto à TV, o som, o livro
Não há uma rotina discrepante,
dissonante
É possível ouvir a água que sai da máquina de lavar,
o elevador, 
o abrir e fechar dos portões,
mesmo assim
permanece o perfume da vizinhança no ar
Café coado, omelete, carne de panela com batatas
cerveja, 
às vezes a maria joana
entra no ambiente e este
nada estridente nem repugnante
Guardam os carros, vão à academia ou simplesmente
dão voltas no quarteirão
Nem tudo está estragado
Nem tudo está perdido
Nem todos estão bichados
e doentes
Pode até que sim
quem sabe
Muitos escolhem estar à sós, 
de bem
Serão estatísticas algum dia?
Não deixam de estudar e de trabalhar
Falta algum drama?
Tragédia
Conflito...
Sei não