terça-feira, 20 de outubro de 2009

marés de Minas Gerais



O tempo molha.
O tempo rega.
O tempo, varal,
castiçal e memória.
O tempo, hortaliças,
Preguiças.
O tempo, beldroegas,
Couve,chicória,ora pro nobis .
O tempo, ainda em tempo,
Em quintal
de serrália,taioba
.

Tempo de ouro,
Louro,
ferro,
asfalto,
bares,
botecos,
sarau,
monumento
cascalho
musical.

É o tempo,
o tempo,
em estado natural,
chia, apita,
range, assovia
recital.
O tempo transborda:
é Minas Gerais
- marés de história,
Secam, molham, cozinham.
De boca em boca
pra fora,
agoam,
afloram
naco
da língua
que fala
o manso
generoso
de riachos,
pedras,
se assanham nas
nadadeiras-traíra,
rebeldia aflita,
- paisagem entrecortada como
zanga doce,
labirintos,
suscintos,
descanga
- artesanais.

Vá ao garimpo.
Vê como se arranca as entranhas
das vertiginosas montanhas,
como a infância de sonhos
dos que eram pequeninos
meninas, meninos.

Vá às pirambeiras,
esculpidas
religiosamente
nas serras, bordadeiras
de coloridos
delicados,
medonhos,
retalhos afiados
em pedras majestosas,
maciças
ariscas;
vértices precisos,
arrematam leito de rios,
macios,
régio , mundano,
vestes indecorosas,
-sustos rarefeitos
Retalham
o cio do tempo.

Vá à cozinha de
cardápio encaracolado, lisinho, redobrado -
moe o suor de temperos,
arrumadinho, embrenha
no colo de mãe pimenteira
- tacho de cobre.
O leite,
o café, queijos,
cheiros
à lenha,
tropeiros,
mineiros.


sentinela da crença



Quando sino da igreja
toca,
revela em som
a oração da piedade
e do perdão.

Ao soar em nós,
pensamos logo em amém,
fala de anjos e fé,
tange para os que veem
range para os que
vão.

partículas de brevità ao salmo 39

asas do cosmo, procura-se