domingo, 4 de julho de 2010

Gol de braço, gol contra, cartão vermelho

São milhões em campo,
dólares, euros,
vestindo a camisa dos patrocinadores
nem se sabe direito os nomes dos jogadores
não há mais ídolos,
apenas adjetivos: o fabuloso,
o vacilão, o dancinha,
o melhor goleiro do mundo,
o queridinho da vovó,
o capitão, o técnico teimoso, o mais caro
e por aí vão.
O torcedor tem língua solta,
escala time por conta própria,
entra em campo com bombas caseiras,
pedaços de pau e pedras.
Mas, frequentam escolas do mesmo jeito.
A polícia fica lá fora para dar suas
bordoadas, também.
Tantos talentos que não se sabe porque
não fazem o que sabem: jogar futebol ou estudar.
Um esporte essencialmente de equipe.
Um não joga sem o outro.
Mas, são individuais, até nos erros.
Assim é, um espelho da democracia brasileira,
também um time com um técnico
sem preparo, teimoso no cargo,
com a escalação dos famosos:
o mais corrupto, o que rouba mais,
o enganador, o ficha suja, o puxa saco,
a guerrrilheira pro burguesia,
o torturador, o caixa dois.
Também vestindo a camisa dos patrocinadores,
em trilhões de impostos, dólares e euros.
Para ganhar, temos que mudar.
Transformar. E não é difícil
pois o joio agora está muito mais evidente.
Chorar no colo da mamãe também.