quinta-feira, 23 de julho de 2009

ora, bolas Platão

Mentir

jamais

se for capaz

de desmentir

Mentir,

nem uma vez mais

repetir

Recomece

desde o dia atrás.

Não diz

que é o xis

que a raiz

é o triz

Faz

por pedir

recomeça

sem pressa

a esperteza

expressa

de ser feliz

infeliz...

Tolices embrulhadas bombom. Acredite, adoro chocolate amargo, mas... o meu tom é me saldar com meu fardo.

Que tédio
dizeres que és:
diferente
carente
absorvente
de repente
incoerente
itinerante
errante
repetente
ignorante
pedante
inconsequente
aparente
intransigente
inocente.....
Lavo as mãos com gel.

grãos de saudade numa praia brasileira de mar doce


Não há no português

que aprendi

pedaços e plural de saudade.

Nem de ciúme.

Muito menos para honestidade.

Só que hoje, revejo

e pelejo

ouvindo a obra

musical e existencial

de

Dorival Caymmi

aquele vozeirão baiano

ressonante

calmante natural

sem efeito colateral

que colocou balangandãs

em Carmen Miranda,

quando ela não tinha

nada de baiana

e nem ninguém:

me mordo de peculiaridades

que só a Bahia de Todos os Santos

tem.
Menininha também.

Me abano

e me acorrento no bem

das fitinhas

do Senhor do Bonfim.

vadia, gente 'arredia' que lucra com a hipocrisia

Tu arrepias

porque és a própria

rebeldia

da

revelia
de menos valia
fatia
com a maior cotação
do dia

constelações 3 x 4

Algo novo nos desperta
a cada século vivido
no universo contido
e expandido,
sob a graça do ressurgido,
continuamente,
ainda que pareça antigo.
Muitas vezes,
esse é o perigo:
podemos sucumbir
a este nosso sonho,
alardeá-lo tão
contundentemente
que o vemos
uma partilha
com o coletivo
- aquele que não sonha
mas surrupia
o que está pronto,
e de bom tamanho.
Dizia, regurgitando
literal e espiritualmente
seus mestres,
nos anos 70,
Riviti J.: se é que você me entende...
Minhas galáxias são 3x4
porque a minha ultradimensão
não as enquadra,
então,
me socorro a um recurso íntimo,
que captura zilhões
de percepções
e as compacta.
Acredito
piamente
que
finalmente
o meu amor
está
comigo.
Por um abraço apertado
alucinado
apaziguado
pelo caminho
ancestral
percorrido,
ungido por todos os abraços
revividos
de outros seres
benzidos
que nos alçaram
para bem longe
de nossos vulneráveis
umbigos.

o balé dos bordados de concreto tecidos pelo pugilista intelectual

Polis et Urbis
ingredientes
de um desenho
e seus traços sutis
em refinada tradução
emerge da arquitetura
que perfila contrastes
entrelaça espaços
do sim e do não
A mente habilidosa
de um artífice
que se utiliza das frestas
do tempo
em encaixes mais que perfeitos
entre o imutável e o mutante
um peregrino rarefeito
amalgamando
com desenvoltura
a massa humana
e sua natureza insana
às reflexões divinas.
(para o meu irmão Willian)